
Os trabalhadores da saúde estão hoje a cumprir uma greve a nível nacional para reivindicar a admissão de novos profissionais, exigir a criação de carreiras e a aplicação das 35 horas semanais a todos os funcionários do setor.
“A greve está a ter uma adesão de 100% em vários hospitais do país. Contudo, estamos a perspetivar que no final da greve e a nível nacional e global uma adesão de 80/90%”, adiantou Luís Pesca, dirigente da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais.
De acordo com o dirigente, em alguns centros hospitalares a greve está “a surpreender pelos elevados níveis de adesão". “Estou no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, e posso dizer que os serviços estão caóticos. Estão apenas a ser cumpridos os serviços mínimos. Temos um nível de adesão muito elevado, tal como no turno da noite”, disse, cerca das 10:00.
Luís Pesca revelou que os dados recolhidos até às 09:30 apontam para uma adesão à greve de 85% no Hospital do Barreiro, 95% no Litoral Alentejano, 50% em Évora, 78% na Covilhã, 50% em Faro, 80% em Portimão e 100% em Lagos. “São níveis bastante elevados de adesão. Nos restantes centros hospitalares do norte e do centro os números são os mesmos dos registados no turno da noite”, sublinhou.
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Segundo o dirigente, estes dados “mostram que o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, não está a jogar nesta equipa”. “Está a jogar sozinho…) Os trabalhadores estão com os utentes, por isso é que estão a prestar serviços mínimos. Estão nesta luta em defesa do SNS [Serviço Nacional de Saúde], coisa que parece que este ministro e principalmente o governo do PS, que já teve como meta a defesa das funções sociais, que neste momento prepara-se para desmantelar o SNS privilegiando as relações com o privado e grandes grupos financeiros destruindo aquilo que é um bem para os portugueses que é o acesso à saúde”, concluiu.
No turno da noite, a greve dos trabalhadores da saúde registou uma adesão de 100% em vários hospitais do norte, centro e Lisboa.
Convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, a paralisação pretende ainda reclamar que terminem os cortes nos pagamentos das horas de qualidade e do trabalho suplementar.
A criação da carreira de técnico auxiliar de saúde é um dos motivos centrais da greve, que pretende ainda a revisão e valorização das carreiras de técnicos de diagnóstico e terapêutica e a garantia de que a carreira de técnico de emergência pré-hospitalar tem de imediato a respetiva revalorização salarial.
É ainda reivindicado o pagamento do abono para falhas e a aplicação do vínculo público de nomeação a todos os trabalhadores do SNS.
Sobre a exigência da admissão de mais trabalhadores, a Federação de Sindicatos estima que estejam em falta no SNS cerca de seis mil funcionários auxiliares e administrativos.
O pré-aviso de greve abrange todos os trabalhadores de saúde, mas é uma greve destinada a todos os trabalhadores da saúde que não sejam médicos ou enfermeiros, apesar de estes profissionais poderem aderir caso o entendam, segundo explicou à agência Lusa o dirigente da Federação, Luís Pesca.
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