Em declarações aos jornalistas, José Carlos Martins, presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), disse que a média de adesão no turno da noite entre os escalados foi de 78,6% e que “com os dados colhidos numa grande parte dos hospitais, neste momento [os números] variam entre 70% e os 75%”.

Para o responsável estas percentagens traduzem “uma boa resposta ao Ministério em duas dimensões”.

Por um lado “exalta a insatisfação” dos profissionais por não haver medidas concretas para melhorar condições de trabalho dos enfermeiros.

Por outro, é uma “resposta àquilo que foi uma enorme trapalhada, uma grande manobra de diversão, fomentada pelo ministro em torno do marca e desmarca reunião, por causa da ‘legionella’ e acabou por impor através de um despacho, de forma autoritária e unilateral, um aumento do número de enfermeiros para assegurar serviços mínimos nos cinco hospitais de Lisboa”, disse.

José Carlos Martins referia-se a um despacho publicado na quinta-feira à noite que invoca “medidas de exceção” devido ao surto por legionella para determinar que os enfermeiros escalados tenham que comparecer ao serviço.

“Hoje está uma razoável confusão, muita trapalhada, porque as administrações hospitalares souberam hoje do despacho e colocaram-se a contactar enfermeiros para vir para os serviços. Uns conseguiram contactar, outros não conseguiram contactar, outros chegam duas e três horas mais tarde”, contou o sindicalista.

Para José Carlos Martins, esta é uma “confusão desnecessária, em que o tempo gasto ontem [quinta-feira] nisto seria mais proveitoso e eficiente se fosse em reunião com o sindicato para acordar como dar resposta aos doentes, decorrentes do surto de Vila Franca, do que nesta trapalhada que montou”.