31 de maio de 2013 - 16h53
A adesão à greve dos médicos anestesistas do Hospital de Braga mantém-se hoje nos 94,7%, estando apenas a funcionar duas das 12 salas de cirurgia programa, informou hoje o Sindicato Independente dos Médicos (SIM).
Em comunicado, o SIM acrescenta que os serviços mínimos decretados estão a ser cumpridos, “ainda que com algumas perturbações momentâneas devidas a tentativas de insubordinação ilegal de um ou outro médico destacado para o efeito, corrigidas pela perceção de grave ilícito disciplinar e laboral”.
Segundo o sindicato, na quinta-feira, primeiro dia de greve, apenas foram realizadas sete cirurgias.
“Isto quando o Escala Braga publicita que ali são feitas, em média, 100 cirurgias diárias”, acrescenta, para responder ao diretor clínico do hospital, Fernando Pardal, que na quinta-feira disse que estavam a ser adiadas “algumas” cirurgias.
Os anestesistas do Hospital de Braga, gerido em parceria público-privada entre Estado e o Grupo Mello Saúde, cumprem hoje o segundo de dois dias de greve, contra o "excesso de recurso a tarefeiros" e "falhas" na gestão da unidade hospitalar, como falta de material, que podem "pôr em causa" a segurança dos doentes.
O diretor clínico do Hospital de Braga, Fernando Pardal, já afirmou que "todas" as questões de segurança dos doentes daquela unidade "estão garantidas" e que a administração "não compreende" os motivos da greve.
Garantiu ainda que, em circunstâncias normais, "o Hospital de Braga não usa médicos tarefeiros".
O SIM garante que há material previsto no contrato de gestão “que nunca chegou a aparecer no bloco operatório”, como fibroscópios ou monitores de relaxamento.
Desafiou ainda Fernando Pardal a provar que os médicos anestesistas tarefeiros são de outro hospital, contrapondo que a maioria está desvinculada do Serviço Nacional de Saúde, outros são aposentados e outros são “fornecidos” por empresas prestadoras de serviços.
“Consta-se mesmo haver casos em investigação por má prática médica”, acrescenta o SIM.
O sindicato acusa ainda o diretor clínico de ser o responsável pelo “excessivo tempo que todos os doentes esperam” por uma cirurgia de urgência, “em virtude de as salas estarem alocadas à produção”.
Lusa