Adalberto Campos Fernandes falava aos jornalistas à margem da audição na Comissão Parlamentar da Saúde, que hoje decorre e foi interrompida para os deputados poderem participar numa homenagem a António Almeida Santos, que presidiu à Assembleia da República.

O ministro disse que “seria muito importante” os médicos com mais de 55 anos poderem fazer urgências.

Questionado sobre a forma como a equipa ministerial vai convencer estes profissionais a fazer urgências após os 55 anos, Adalberto Campos Fernandes lembrou que está em curso uma nova fase da reorganização das urgências.

A este propósito, sublinhou a importância de “alterar o paradigma da procura” das urgências hospitalares, que ascende a seis milhões todos os anos.

Mais rápida progressão na carreira

Ainda no capítulo dos incentivos, Adalberto Campos Fernandes disse que espera convencer os médicos a trabalhar nas áreas com menos profissionais, proporcionando-lhes uma mais rápida progressão na carreira.

Antes da declaração do ministro da Saúde, o deputado Miguel Santos (PSD) falou aos jornalistas para dizer que durante a audição na Comissão Parlamentar da Saúde o ministro não foi capaz de dar garantias de que situações como a que terá levado à morte de um jovem no Hospital de São José, em Lisboa, por alegada falta de assistência especializada, não se repetem.

Adalberto Campos Fernandes estranhou a acusação e disse aos jornalistas que tinha acabado de informar os deputados de que no próximo dia 29 será apresentada a nova organização da Urgência Metropolitana de Lisboa (UML), bem como a forma como os profissionais serão financeiramente compensados.

Relativamente ao caso da morte do jovem no Hospital de São José, que foi, de resto a razão do PCP ter solicitado a sua audição na Comissão Parlamentar da Saúde, o ministro disse esperar que terminem os trabalhos a decorrer na Inspeção Geral das Atividades em Saúde (IGAS) e no Ministério Público.