O líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, afirmou hoje à estação Sky News que o teletrabalho e o uso obrigatório de máscaras obrigatórias são medidas “sensatas” para evitar outro confinamento e lamentou que o programa de vacinação esteja “estagnado”.

O líder do principal partido da oposição defende medidas para acelerar a administração de doses de reforço e de crianças, mobilizando profissionais de saúde aposentados, farmacêuticos e reabrindo centros de vacinação temporários.

“É aí que o foco deve estar porque, no final das contas, as máscaras não vão fazer o trabalho pesado, é a vacina”, defendeu.

Pelo contrário, o enviado especial para a covid-19 na Organização Mundial de Saúde David Nabarro defendeu hoje que os Governos ocidentais devem usar medidas de distanciamento social e aconselhar o uso de máscaras, mas evitou criticar o Governo britânico.

“As vacinas sozinhas não vão parar esta pandemia. As vacinas podem impedir morte e sintomas graves, mas para impedir que o vírus se espalhe (…) temos de usar outras técnicas, como máscaras e distanciamento social”, afirmou, durante um ‘webinar’ do centro de estudos Institute for Gouvernment.

Porém, avisou que tornar obrigatório o uso de máscaras pode criar o efeito indesejável de resistência nas pessoas e disse preferir que se torne uma “prática normal” como em países no sul da Ásia, França e Itália.

Nabarro lamentou as diferenças de regras entre diferentes regiões do Reino Unido (Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte) ou dos Estados Unidos.

“Porque é que é diferente a abordagem da Escócia da de Inglaterra, ou a da Flórida da de Massachussets? É responsabilidade dos governos evitar criar essa confusão e incerteza porque é difícil para as pessoas saberem o que fazer e não devem fazer”, vincou.

O Governo britânico tem estado sob pressão de profissionais de saúde e cientistas para pôr em prática o chamado “plano B”, que implica a introdução de um passe sanitário e o uso obrigatório de máscaras em certos locais e a recomendação para o teletrabalho.

Porém, tem recusado, alegando que é possível evitar este cenário se as pessoas seguirem voluntariamente as orientações.

O Governo britânico é responsável pelas regras em Inglaterra, enquanto os respetivos governos autónomos determinam as regras na Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte, onde as restrições são mais rigorosas do que em Inglaterra, incluindo no uso de máscaras.

Nas passadas 24 horas foram administradas 43.829 vacinas no Reino Unido.

Até agora, 86,4% da população britânica com mais de 12 anos foi imunizada com uma primeira dose e 79,2% recebeu duas doses.

No domingo, o Reino Unido tinha registado 39.962 casos e 72 mortes, mas os valores relativos ao fim de semana são normalmente mais baixos devido ao atraso no processamento.

Nos últimos sete dias, entre 19 e 25 de outubro, a média diária foi de 131365 mortes e 45.100 casos, o que corresponde a uma subida de 8,4% no número de mortes e de 2,2% no número de infeções relativamente aos sete dias anteriores.

Desde o início da pandemia, foram notificados 139.571 óbitos de covid-19, mas os números de hoje não incluem os do País de Gales devido a um problema técnico.

A média diária de hospitalizações foi de 961 entre 13 e 19 de outubro, uma subida de 20,1% face aos sete dias anteriores.

A covid-19 provocou pelo menos 4.945.746 mortes em todo o mundo, entre mais de 243,56 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.138 pessoas e foram contabilizados 1.085.451 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.