A primeira grande caminhada pelo autismo decorreu ontem em Rio Tinto, Gondomar, e juntou mais de duas centenas de pessoas, com o objetivo sensibilizar a comunidade e explicar uma doença sobre a qual ainda existe um “grande desconhecimento”.

Organizada pela Associação Pais e Encarregados de Educação de Alunos com Perturbação do Espectro do Autismo (APEE – Autismo), a primeira grande caminhada teve um custo de participação de dois euros, valor que reverteu na totalidade para o trabalho da associação.

Apesar de na caminhada terem estado mais de duas centenas de pessoas, número que superou as expectativas da organização, as inscrições – e consequentes contribuições – ultrapassaram as 500.

Em declarações à Agência Lusa, o presidente da APEE – Autismo, Fernando Azevedo, explicou que o valor arrecadado vai servir, essencialmente, para apoiar dois projetos da associação: o serviço de apoio noturno e o serviço de inserção social.

A APEE encontra-se disponível desde o início de setembro, com serviço de apoio noturno, permitindo aos pais deixarem os seus filhos ao encargo de monitores formados e especializados.

O serviço de apoio à inserção social vai entrar em funcionamento em meados de outubro, estando previstas, aos sábados à tarde, diversas atividades, entre as quais passeios, visitas aos museus e a pontos de interesse da cidade.

Fernando Azevedo disse ainda que neste início de ano letivo a ajuda da associação está ser bastante solicitada pelos pais e encarregados de educação não por alterações à legislação mas por leituras erradas e dúvidas sobre a mesma.

Segundo o responsável, os cortes orçamentais ainda não afetaram os doentes de autismo em termos da educação.
“Há ainda um grande desconhecimento sobre o autismo. Os próprios pediatras e médicos de família têm, muitas vezes, dificuldades em fazer o diagnóstico”, explicou.

Por isso, esta grande caminhada – que terá uma periodicidade anual – foi criada com o objetivo de “dar a conhecer, explicar e desmistificar a doença”.

“Muitas pessoas dizem que os autistas vivem num mundo diferente do nosso. Não é verdade. Eles têm é uma perceção do mundo diferente da nossa”, esclarece.

26 de setembro de 2011

Fonte: Lusa