“É profundamente lamentável que isto tenha ocorrido num momento de luto nacional. O número 10 [de Downing Street, residência oficial do primeiro-ministro] pediu desculpas ao Palácio [de Buckingham]”, disse um porta-voz do gabinete de Boris Johnson.
As festas de despedida do antigo diretor de comunicações de Boris Johnson, James Slack, atualmente diretor-adjunto do tabloide The Sun, e de um fotógrafo do primeiro-ministro, terão decorrido em espaços separados no edifício da residência oficial, em Downing Street, na noite de 16 de abril.
De acordo com o jornal Daily Telegraph, as festas incluíram bebidas e dança e acabaram por se fundir no jardim, onde o baloiço do filho de Boris Johnson, Wilf, foi danificado por um dos participantes.
No dia seguinte, realizou-se o funeral do marido da rainha Isabel II, no qual a monarca teve de se sentar sozinha e afastada do resto da família por causa das regras de distanciamento social em vigor para travar a disseminação do novo coronavírus.
Na altura, Inglaterra estava na segunda fase do plano para sair do confinamento, que limitava a sociabilização a grupos de seis pessoas em espaços fechados, ou a dois agregados familiares ao ar livre.
James Slack também reconheceu hoje que a festa “não deveria ter acontecido no momento em que aconteceu” e pediu desculpa “sem reservas pela raiva e mágoa causadas”.
De acordo com a comunicação social britânica, Boris Johnson não estava presente em nenhuma das festas.
Porém, estas notícias vêm juntar-se a outras alegações de mais festas e eventos que terão violando as restrições para conter a pandemia de covid-19 em 2020, incluindo uma no jardim de Downing Street, onde o primeiro-ministro reside e trabalha, na qual o próprio esteve presente.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, pediu “desculpas sinceras” e remeteu quaisquer consequências para o resultado de um inquérito em curso liderado por uma funcionária pública, mas a oposição pediu a demissão do chefe do Governo.
Vários deputados do Partido Conservador também concordaram com a demissão, mas são necessários 54 para desencadear uma moção de desconfiança.
A maioria dos membros do Governo defendeu Johnson, como foi o caso da ministra dos Negócios Estrangeiros, Liz Truss.
“Ele pediu desculpas, acho que agora precisamos seguir em frente”, disse hoje a chefe da diplomacia britânica em declarações aos jornalistas.
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