A entidade posicionou-se depois do resultado de um estudo sobre jogadores que morreram por demência avançada.

"Não existe nenhuma prova ou evidência sobre o efeito negativo de cabecear uma bola de futebol", contestou a Fifa em resposta a uma investigação do Instituto Neurológico de Londres, que denuncia a relação entre as mortes de jogadores e as jogadas aéreas. "Os resultados das provas não são conclusivos", insistiu o comunicado da organização.

Ainda assim, a Fifa garante que o futebol não faz parte dos desportos cujas práticas podem desenvolver lesões no cérebro e crânio a longo prazo.

O instituto britânico revelou, por outro lado, que atletas profissionais têm tendência a sofrerem doenças cerebrais como demência, que normalmente é detetada em jogadores de futebol americano ou lutadores de boxe.

A investigação, publicada na revista científica "Acta Neuropathologica", avaliou 14 ex-futebolistas que jogaram desde criança.

A autópsia realizada demonstrou que seis deles sofriam de encefalopatia traumática crónica (CTE), ou seja, 42% dos atletas. A percentagem é muito maior que os 12% da população em geral. É a primeira vez que essa doença é confirmada em ex-jogadores profissionais.

"Os resultados da nossa investigação mostram que existe uma relação entre jogar futebol e sofrer CTE", explicou à AFP a investigadora Helen Ling.

Ling explica que os 14 jogadores que fizeram parte do estudo foram ao psiquiatra pelo menos uma vez, entre 1980 e 2010. Desse número, 12 deles morreram devido a um estágio avançado de demência.

A Fifa, por outro lado, alega que dedicou os últimos 15 anos a estudar este fenómeno através de investigações científicas e grupos de trabalho especiais.

A entidade também se baseia no resultado de outro estudo realizado com crianças entre os 7 e os 12 anos. A pesquisa demonstrou que os casos de danos cerebrais durante a prática do desporto acontece, em média, uma vez a cada 200.000 horas de jogo.