O bastonário da Ordem dos Farmacêuticos defendeu ontem, no Porto, que as farmácias devem integrar a rede nacional de cuidados de saúde primários e que deve ser criado o conceito de farmacêutico de família.

“As farmácias comunitárias portuguesas, onde cerca de oito mil farmacêuticos exercem a sua atividade profissional, são verdadeiras unidades de saúde, vocacionadas para a prestação de cuidados de saúde à população”, afirmou Carlos Maurício Barbosa no âmbito das comemorações do Dia do Farmacêutico 2011, que se iniciaram dia 23 de setembro e cuja sessão solene teve lugar ontem no Palácio do Freixo, no Porto.

Para o bastonário, e “por isso mesmo”, aquelas unidades “reúnem condições para integrar a rede nacional de cuidados de saúde primários”, estando o país a desperdiçar o seu “elevado potencial”.

Defendeu ainda fazer “todo o sentido” desenvolver o “conceito de farmacêutico de família, com funções assistenciais de proximidade”.

Distinguindo a “expertise dos farmacêuticos”, o bastonário salientou o seu aproveitamento para “acompanhar as terapêuticas dos doentes, em particular os crónicos”.

“Estou certo que os farmacêuticos portugueses saberão responder a mais este desafio com a competência e o mérito que lhes são justamente reconhecidos. O conceito de farmacêutico clínico faz todo o sentido”, frisou.

Criticando a ausência do ministro da Saúde no Dia do Enfermeiro e a falta de resposta da tutela à proposta de Normas de Orientação Terapêutica apresentada pela Ordem, Carlos Maurício Barbosa salientou que a sua implementação seria um “contributo para a racionalização da prescrição, dispensa e utilização de medicamentos em ambulatório”, tendo por objetivo “responder a necessidades cada vez mais urgentes do sistema de saúde português”.

O objetivo destas orientações clínicas é o de contribuir para uma melhoria do nível de saúde da população portuguesa através de normas científicas relativas à terapêutica.

“A Ordem dos Farmacêuticos tem plena consciência da difícil situação em que se encontra o país e da necessidade imperiosa do controlo efetivo da despesa do Serviço Nacional de Saúde”, sublinhou durante o seu discurso.

Destacou, porém, que “nos primeiros seis meses deste ano, a despesa do Estado com medicamentos em ambulatório diminuiu cerca de 160 milhões de euros”, uma tendência que, garantiu, “mantém-se”.

27 de setembro de 2011

Fonte: Lusa