Ana Paula Martins falava no final de uma visita às novas instalações para dispensa de medicamentos aos doentes em ambulatório, inserida no âmbito dos roteiros farmacêuticos, que está a promover, desde que tomou posse como bastonária.
“Estamos num espaço inovador, naquele que continua a ser um centro hospitalar [Lisboa Norte] que nos garante o mais importante do Serviço Nacional de Saúde [SNS]. Esta é a prova de um espaço requalificado para servir os doentes”, afirmou.
A bastonária da Ordem dos Farmacêuticos destacou que o Hospital de Santa Maria tem serviços farmacêuticos “de referência”, bem como “serviços e experiências únicos e inovadores”.
Questionada sobre se via maior envolvimento dos farmacêuticos no sistema de saúde, designadamente nas equipas hospitalares, Ana Paula Martins afirmou que os farmacêuticos hospitalares já colaboram com outros profissionais há muito tempo.
“Temos de ser parte da solução, temos que ser colaborantes, sem atitudes corporativas, porque o espaço é do cidadão e neste espaço sente-se que o cidadão está no centro”, frisou.
Durante a sua tomada de posse com bastonária, Ana Paula Martins afirmou que o grande desafio da ordem era colocar o doente no centro das atenções e promover a cooperação em vez da competição entre profissionais de saúde, assim como apostar numa maior garantia da segurança dos medicamentos e maior envolvimento dos farmacêuticos no sistema de saúde.
As novas instalações para dispensa de medicamentos em ambulatório foram criadas no espaço onde anteriormente funcionou uma farmácia comunitária, encerrada há três anos no âmbito de uma investigação a fraudes no Serviço Nacional de Saúde.
A farmácia funcionou desde 2009 sem que alguma vez os proprietários tenham cumprido o estabelecido no contrato, o que representou um prejuízo ao erário público de 7,5 milhões de euros, estando ainda o caso em tribunal, lembrou o presidente do conselho de administração de Santa Maria, Carlos Martins, também no final da visita.
“Terminámos com um espaço exíguo e criámos este novo espaço exterior, em que os cidadãos não precisam de entrar no hospital para levantar os seus medicamentos, sendo aqui atendidos por profissionais de qualidade excelente”, afirmou.
Carlos Martins referiu que, na farmácia do ambulatório, são atendidos diariamente entre 400 e 450 cidadãos.
“Cumprimos a nossa missão, em termos de património público e de humanização dos serviços”, considerou.
Para Ana Paula Martins, este exemplo foi mais um sinal que confirmou as dúvidas que a Ordem sempre teve de que uma farmácia comercial resulte em espaço hospitalar.
“Se as farmácias comunitárias vivem grandes dificuldades, obviamente antecipámos que estas não teriam viabilidade”, acrescentou.
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