O governo norte-americano começa esta semana a avaliar uma série de três novos fármacos que prometem ajudar na luta contra a obesidade, doença que afecta cerca de 35% da população adulta do país. Dois dos novos medicamentos são combinações de fármacos já conhecidos, enquanto o terceiro, embora seja uma substância nova, mostrou ser o menos eficiente de todos.

De acordo com as regulações da agência responsável pelos medicamentos nos EUA – a FDA –, para serem aprovados os fármacos devem propiciar a perda de pelo menos 5% do peso total no período de um ano, avança a Agência O Globo.

O primeiro medicamento a ser avaliado pela FDA, de nome Qnexa®, une uma anfetamina e um anticonvulsivo. Dos três, foi o que apresentou os melhores resultados nos testes clínicos, com os doentes a perder entre 13% e 15% do seu peso. Em compensação, foi também o que teve o maior índice de desistências devido aos efeitos secundários, que incluíram problemas de memória e concentração.

Já o segundo fármaco, intitulado Iorcaserin®, deverá entrar em revisão em Setembro. Única substância nova da lista, age sobre os receptores de serotonina no cérebro, mas teve os piores resultados nos testes clínicos, com os doentes a perder apenas 5% do seu peso corporal. Por outro lado, foi o que apresentou os efeitos secundários mais brandos, importante factor para aprovação pela FDA.

Por fim, em Dezembro será feita a avaliação do Contrave®. Outra combinação de medicamentos, mistura um antidepressivo e um fármaco contra vícios. Os doentes nos testes clínicos tiveram uma perda de peso entre 5% e 10%, mas sofreram efeitos secundários como fortes náuseas.

O mercado de fármacos para o tratamento contra a obesidade é um dos mais promissores para a Indústria Farmacêutica, devendo subir dos actuais 500 milhões de dólares por ano para mais de 3,4 mil milhões de dólares anuais em 2018. Mas a corrida está a ter sérios obstáculos.

Há dois anos, o laboratório sanofi-aventis suspendeu as pesquisas em torno de uma promissora droga chamada Acomplia® devido a efeitos secundários psiquiátricos como depressão e pensamentos suicidas.

Já em Novembro do ano passado, o laboratório Abbott foi obrigado a retirar do mercado europeu o seu remédio controlador de apetite Meridia® por causa de dados relativos a maior risco de ataques cardíacos. E, em Maio último, a própria FDA emitiu um alerta quanto ao Xenical®, medicamento que reduz a absorção de gordura pelo organismo, por poder causar sérios danos ao fígado.

2010-07-13