Promovido pelo Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência, o inquérito ‘online’, de autopreenchimento, teve como população-alvo utilizadores de drogas com 18 ou mais anos em cerca de 30 países, entre os quais Portugal, e foi aplicado entre março e maio de 2021.
Em Portugal, a amostra contou com 652 consumidores de cocaína pó, refere o Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), que promoveu o Inquérito Online Europeu sobre Drogas em Portugal, que teve como objetivo “aprofundar o conhecimento sobre os padrões de utilização de drogas ilícitas, visando a melhor adequação das políticas públicas”.
Analisando o perfil do consumidor, o estudo concluiu que 69% são homens e jovens: 42% tem idades entre os 25 e os 34 anos, 32% entre os 18 e os 24 anos, 18% entre 35 e 44 anos, 7% entre 45 e 54 anos e 1% entre 55 e 64 anos.
Concluiu também que 41% dos inquiridos são licenciados, 20% estão a frequentar o ensino superior, 26% têm o ensino secundário completo e 7% estão a frequentá-lo. Os restantes têm escolaridade inferior.
Quase metade dos inquiridos (49%) são empregados por conta de outrem a tempo inteiro (mais 4% em part-time), 10% por conta própria a tempo inteiro (mais 2% em part-time), 16% são estudantes e 6% são trabalhadores-estudantes). Os restantes não estão empregados.
Um terço vive com os pais, 21% vivem maritalmente sem filhos (mais 7% com filhos), 18% vivem sozinhos, 14% partilham casa com amigos ou colegas e os restantes enquadram outro tipo de situações.
De acordo com o inquérito "Como é o consumo de cocaína em Portugal?", 46% dos participantes têm um rendimento mensal entre 500 e 1,000 euros, 25% têm um rendimento líquido inferior a 500 euros mensais, 23% ganham entre 1.000 a 2.000 e os restantes mais de 2.000 euros.
Questionados sobre com quantas pessoas partilharam a cocaína no último consumo, 39% afirmaram com duas a três pessoas, 24% com quatro a cinco pessoas, 22% com uma pessoa, 7% partilham com seis ou mais pessoas, enquanto 8% disseram ter consumido sozinho.
Relativamente aos motivos para consumir cocaína, 74% disseram que foi para ficar com a "moca", divertir-se, 50% apontaram a socialização, 18% para reduzir o ‘stress’, 12% para experimentar, 10% para melhorar o desempenho (escola, desporto, trabalho, etc.), 9% para tratar a depressão/ansiedade, 1% para reduzir a dor/inflamação e 0,9% para melhorar o sono.
Quanto à frequência do consumo em número de dias nos últimos 12 meses, mais de metade (54%) disse tê-lo feito entre 1 a 5 dias, 13% entre 6 a 10 dias, 11% consumiram mais de 51 dias e 10% entre 21 a 50 dias, sendo a quantidade, em média, 0,7 gramas por dia.
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