Uma investigação conduzida por uma equipa de investigadores do Instituto de Investigação do Cancro, em Londres, revela novas pistas sobre como o sistema imunitário perde a sua eficácia no controlo do cancro nos casos de recidiva oncológica. O estudo conta ainda com a participação do Instituto de Patologia e Cancro de Leeds, Universidade de Surrey em Guildford e Mayo Clinic, no Minnesota, Estados Unidos.

Para o estudo publicado na revista "Cancer Immunology Research", os investigadores observaram a resposta imunitária em ratinhos que tinham feito tratamentos de quimioterapia. Após um longo período, alguns dos ratinhos sofreram recidivas locais de tumores malignos agressivos.

Os investigadores concluíram que as recidivas aconteceram devido à subversão de dois elementos fundamentais do sistema imunitário: as células exterminadoras naturais ou células NK do organismo e os fatores de necrose tumoral-alfa das citocinas que inibem o crescimento de tumores.

A equipa liderada por Tim Kottke, da Mayo Clinic, demonstrou que após o tratamento quimioterápico, as células cancerígenas resistentes conseguiram subverter o sinal químico dos fatores de necrose tumoral-alfa das citocinas, tornando-os fatores de crescimento cancerígeno em vez de agentes antitumorais.

Por outro lado, os cientistas observaram que as células cancerígenas resistentes se encontram cobertas por uma quantidade elevada de uma molécula denominada PD-L1 que interage com outra molécula nas células imunitárias, diminuindo a resposta do organismo no combate ao cancro.

"Este fascinante novo estudo ajuda a explicar por que razão o sistema imunitário de um paciente é por vezes eficaz contra as células cancerígenas, enquanto noutras alturas não o é", comentou Alan Melcher, coautor do estudo.

Veja ainda: 17 sintomas de cancro que os portugueses ignoram