Um estudo realizado nos EUA com 1.000 pais de crianças com transtorno do espectro autista com 10 anos de idade, ou menores, descobriu que, em média, há um atraso de pelo menos 15 meses entre o momento em que os pais suspeitaram de um problema de desenvolvimento e o início do tratamento.

Tais atrasos resultam numa oportunidade de tratamento perdida que pode impactar negativamente o desenvolvimento geral da criança. Surpreendentemente, quando 32% dos pais procuraram tratamento, foram informados de que o seu filho iria superá-lo, atrasando ainda mais o acesso ao tratamento.

O estudo nacional foi encomendado pelo Centria Autism, um centro de terapia baseada nos princípios da Análise Aplicada do Comportamento (ABA) para crianças com autismo, e foi conduzido pela Wakefield Research.

"Ao falarmos com centenas de famílias que lidam com autismo, ouvimos dizer que frequentar este ambiente e, especialmente, encontrar um tratamento adequado para atender às necessidades específicas dos seus filhos, pode ser difícil". disse Steven Merahn, diretor médico do Centria Healthcare. "O tratamento de qualquer criança com autismo deve ser individualizado e holístico. A nossa equipa procura levar soluções comportamentais baseadas em evidências e cuidados às famílias e ajudar as pessoas no caminho da assistência para garantir que cada criança tenha a melhor experiência de desenvolvimento possível e possa alcançar os seus objetivos e sonhos”.

O estudo também expôs necessidades não satisfeitas em fornecer abordagens baseadas em evidências e tratamento para crianças com autismo, a preocupação dos pais sobre como os outros veem os seus filhos e o impacto na carreira e na vida pessoal dos pais.  

Principais conclusões do estudo:

- Oito consultas médicas até ao diagnóstico final: os pais relataram terem ido a uma média de 8,3 consultas médicas antes do seu filho ser diagnosticado oficialmente, com mais da metade dos pais (57%) a classificar o processo de diagnóstico como difícil e 84% como stressante.

- Grande preocupação como a sociedade olha e trata as crianças com autismo: 92% dos pais que têm filhos com autismo estão preocupados com a forma como outras crianças tratam os seus filhos e 84% estão preocupados com a forma como o público vê o seu filho, e 80% estão preocupados com a forma como os professores tratam os seus filhos.

- A terapia para o autismo é vista como um "segundo emprego" para os pais: em média, os pais gastam 20 horas por semana com o tratamento da criança, e 86% gostariam que houvesse uma pessoa a ajudá-los a coordenar o tratamento e os cuidados da criança.