“Se atingirmos o nosso objetivo de vacinar todos nos quatro grupos de pessoas mais vulneráveis com a primeira dose até 15 de fevereiro, e todos os dias vemos progresso nesse objetivo, esses grupos terão desenvolvido imunidade três semanas mais tarde, ou seja até 08 de março”, explicou aos deputados.

Johnson disse compreender “a frustração de alunos e professores que não querem outra coisa senão voltar às aulas, e de pais e cuidadores que têm de conciliar os seus trabalhos com as aulas em causa” e outras tarefas caseiras.

Porém, alegou que nesta altura não há “dados suficientes para saber o efeito total das vacinas em impedir a transmissão nem a dimensão e velocidade em que as vacinas reduzem as hospitalizações e mortes, nem a rapidez com que a combinação das vacinas e confinamento e vacinas”.

A decisão final só será conhecida no final de fevereiro, quando prometeu revelar a estratégia para levantar o confinamento em vigor desde o início de janeiro e reabrir a sociedade e a economia, mas disse que o alívio das restrições será gradual.

O Governo espera vacinar cerca de 15 milhões de residentes e trabalhadores em lares de idosos, profissionais de saúde, maiores de 70 anos e pessoas clinicamente vulneráveis até meados de fevereiro.

Até terça-feira já tinham sido vacinadas mais de 6,8 milhões de pessoas com a primeira dose de duas doses.

No dia 04 de janeiro Boris Johnson ordenou o encerramento de todas as lojas não essenciais, escolas e universidades durante pelo menos seis semanas e emitiu a ordem para que as pessoas ficarem em casa, exceto por motivos essenciais, como fazer exercício e ou compras de supermercado, ou trabalhar se não puderem fazê-lo remotamente.

Devido à regionalização dos poderes no Reino Unido, a decisão de reabrir as escolas na Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte será tomada pelos respetivos governos autónomos, que decretaram confinamentos semelhantes.

O Reino Unido tornou-se o primeiro país europeu a romper a barreira das 100 mil mortes durante a pandemia covid-19, até agora só alcançada pelos Estados Unidos, Índia, Brasil e México.

Na terça-feira foram registadas 1.631 mortes, elevando o total para 100.162, mas o balanço sobe para 103.602 se forem somados os casos cujas certidões de óbito fazem referência ao novo coronavírus como fator contributivo.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.159.155 mortos resultantes de mais de 100 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 11.012 pessoas dos 653.878 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.