14 de março de 2013 - 15h27
Cerca de 200 enfermeiros com contrato individual de trabalho, que prestam serviço em unidades hospitalares de Aveiro, Figueira da Foz e Coimbra, manifestaram-se nesta última cidade contra as desigualdades salariais a que se dizem sujeitos.
O protesto, convocado pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), levou os enfermeiros até à porta da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC), onde entregaram um abaixo-assinado reivindicativo que permita aos profissionais de enfermagem em início de carreira passarem a receber 1.200 euros.
"O valor remuneratório para início de funções dos enfermeiros no Serviço nacional de Saúde é de 1.200 euros. Por isso, é inadmissível e insuportável a continuação da discriminação atualmente existente", disse aos jornalistas José Carlos Martins, coordenador nacional do SEP.
Estimou em cerca de 10.000 os enfermeiros com contrato individual de trabalho que ganham abaixo de 1.200 euros, "abaixo daquilo que o Governo já fixou como remuneração mínima para a enfermagem", argumentou.
Os enfermeiros com contrato individual de trabalho do centro hospitalar do Baixo Vouga (Aveiro), Hospital Distrital da Figueira da Foz e Instituto Português de Oncologia (IPO) de Coimbra iniciaram hoje processos de greve, com uma adesão "praticamente total", segundo o dirigente sindical.
"Quem não pode ausentar-se está a cumprir os serviços mínimos. E a adesão é só dos colegas em CIT (Contrato Individual de Trabalho)", frisou, estimando o potencial universo de grevistas em 243 em Aveiro, 101 no IPO e cerca de 40 na Figueira da Foz.
"Em todas as semanas haverá várias greves e iniciativas por todo o pais, até à primeira quinzena de abril", avisou José Carlos Martins.
Numa nota enviada à agência Lusa, o Conselho Diretivo da ARSC assumiu ter recebido hoje um abaixo-assinado sobre desigualdades salariais dos enfermeiros, ao qual manifestou ter dado "a melhor atenção".
No texto, a direção da Administração Regional de Saúde do Centro adianta ainda a sua disponibilidade "para que, nos termos legais, seja possível a harmonização salarial de todos os enfermeiros".
Lusa