Um estudo de modelação estatística feito pela equipa da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa indica que vão morrer mais portugueses nos próximos dois meses por COVID-19 do que em dez meses de pandemia, avança o Diário de Notícias.
Segundo a investigação epidemiológica, em 16 de março Portugal pode somar cerca de 20 mil vítimas mortais por causa da doença que foi pela primeira vez identificada em Wuhan, na China,em dezembro de 2019.
O estudo estima que Portugal está a caminho dos 6.500 internamentos nas unidades hospitalares, 800 em unidades de cuidados intensivos (UCI) e de mais do que os atuais 200 óbitos por dia.
Segundo a equipa da Faculdade de Ciências, há, atualmente, uma subestimação no número de casos de infeção da ordem dos dois mil casos.
"Desconfiamos que haja uma subestimação na identificação de casos, devido ao facto de a cadeia de rastreio não estar a acompanhar a evolução da doença", explica.
"Temos uma modelação que nos dá um pico para o número de casos para meados de fevereiro, indicando que estes podem chegar aos 16 ou 17 mil", refere, embora salvaguarde em declarações ao referido jornal que "tudo irá depender da desaceleração da doença, que é um processo que não é linear. Há um boom e depois começa a crescer cada vez mais devagar".
"Quanto aos óbitos, estima-se que estes atinjam os 20 mil em meados de março. Nos próximos dois meses, vão morrer ainda mais pessoas do que até agora", alerta Carlos Antunes.
A pandemia de COVID-19 provocou, pelo menos, 2.041.289 mortos resultantes de mais de 95,4 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 9.246 pessoas dos 566.958 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
O plano de vacinação contra a COVID-19 em Portugal começou em 27 de dezembro nos hospitais, abrangendo os profissionais de saúde, e já se estendeu aos lares de idosos. Segundo os últimos dados avançados pelo Ministério da Saúde, já foram administradas 106 mil vacinas em Portugal.
A primeira fase do plano, até final de março, abrange também profissionais das forças armadas, forças de segurança e serviços críticos. Nesta fase, serão igualmente vacinadas, a partir de fevereiro, pessoas de idade igual ou superior a 50 anos com pelo menos uma das seguintes patologias: insuficiência cardíaca, doença coronária, insuficiência renal ou doença respiratória crónica sob suporte ventilatório e/ou oxigenoterapia de longa duração.
A segunda fase arranca a partir de abril e inclui pessoas de idade igual ou superior a 65 anos e pessoas entre os 50 e os 64 anos, inclusive, com pelo menos uma das seguintes patologias: diabetes, neoplasia maligna ativa, doença renal crónica, insuficiência hepática, hipertensão arterial, obesidade e outras doenças com menor prevalência que poderão ser definidas posteriormente, em função do conhecimento científico.
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