O Ministério da Saúde aumentou em 25% a despesa com horas extra no ano passado e com isso pagou mais de 263 milhões de euros com trabalho extraordinário.

A despesa com os médicos contratados à hora atingiu os 105 milhões de euros em 2018 – a maioria presta serviço nas urgências e um terço não tem especialidade. Em média, os médicos tarefeiros receberam 29 euros por hora, acima dos valores de referência previstos na lei (22 euros para não especialistas e 25 para especialistas), revela o Relatório Social do Ministério da Saúde, citado hoje pela imprensa.

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Em 2018, no total, os profissionais de saúde prestaram 13,1 milhões de horas suplementares, a maioria durante o período da noite. O número representa um aumento de 1,3 milhões de horas face ao ano anterior.

Em 2018, os médicos fizeram mais 5,7 milhões de horas suplementares do que em 2017.

Já os enfermeiros foram responsáveis por fazer 3,2 milhões de horas suplementares.

Em suma, o documento dá conta de um acréscimo global de 11% horas de trabalho suplementar em relação a 2017, o que se pode explicar pela falta de recursos humanos e pela aplicação das 35 horas semanais de trabalho.

No ano passado, foram gastos mais de 105 milhões de euros em prestadores de serviços. A maioria (65%) serviu para contratar médicos em contexto de urgência.

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O Centro Hospitalar e Universitário do Algarve foi o que mais contratou em regime de prestação de serviços, seguido do Centro Hospitalar do Médio Tejo, do Centro Hospitalar do Oeste, da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano e da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo.

De acordo com o relatório, o absentismo atingiu os 11,4%, ou seja, 3,97 milhões de dias de trabalho perdidos.

Entre enfermeiros, médicos, técnicos de diagnóstico, assistentes operacionais, foram quase 176 mil dias de ausência por greve. Desse total, 99 692 são atribuídos aos enfermeiros.