Em declarações à Lusa, Ana Pedro, presidente da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED) e responsável pela coordenação científica da Plataforma, alertou para a urgência de medidas para melhorar as condições de trabalho destas pessoas, sobretudo promovendo “a manutenção do trabalho ou reintegração profissional da pessoa com dor crónica, por forma a diminuir o absentismo laboral, as mudanças de emprego, as reformas antecipadas e as pensões por incapacidade”.
É imperativo “apostar em medidas que promovam a capacitação produtiva para o trabalho da pessoa com dor crónica, nomeadamente a adaptação e flexibilidade nos horários de trabalho; a adaptação do posto de trabalho e a promoção de condições ergonómicas e a possibilidade de realizar o trabalho a partir de casa”, destaca.
Para a responsável, era importante ainda apostar na formação e consciencialização sobre a problemática da dor em contexto laboral e na criação de grupos de suporte para pessoas com dor crónica dentro das empresas empresa.
Estima-se que a dor crónica afete cerca de 36,7 % da população portuguesa, sendo a segunda doença mais prevalente no país.
No que respeita ao contexto de trabalho, a dor musculosquelética “é responsável por quase 50% de todas as ausências do trabalho, com uma duração de, pelo menos, três dias, e 60% de incapacidade permanente para trabalhar”, recorda a especialista.
Ana Pedro diz que está também comprovado “que a dor crónica é um dos principais motivos pelo qual as pessoas abandonam o mercado de trabalho prematuramente” e que “contribui significativamente para a reforma por invalidez”.
A plataforma e as medidas que propõe serão apresentadas hoje, Dia Nacional de Luta Contra a Dor, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
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