Em maio assinala-se o Mês do Coração e a Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) lembra que os doentes com IC têm sempre outras condições médicas associadas.
Um registo ibérico de IC realizado em vários Serviços de Medicina Interna mostra que em média estes doentes tem mais quatro patologias relevantes, daí a abordagem sistémica desta doença cardíaca ser fundamental para um tratamento adequado.
Os doentes com IC são geralmente idosos e frágeis, de estratos socioeconómicos mais desfavorecidos e com várias doenças em simultâneo, como a doença respiratória crónica, a diabetes a anemia e as arritmias.
Todos estes fatores fazem destes doentes uma população particularmente vulnerável.
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Paulo Bettencourt, internista e especialista no tratamento da IC, afirma que "a insuficiência cardíaca é a causa mais comum de internamentos médicos na população com mais de 65 anos. Sempre que um doente com IC necessita de internamento hospitalar este representa um sinal de alerta para o médico de que a sua condição clínica está a evoluir desfavoravelmente".
"Sabemos hoje que o uso adequado de diversas terapêuticas em doentes com insuficiência cardíaca leva a uma redução da necessidade de internamento hospitalar. Se conseguirmos reduzir o número de internamentos provocados por esta patologia saberemos que estamos no bom caminho, no sentido em que ele espelha a melhor acessibilidade dos doentes ao melhor tratamento que estes doentes podem ter", refere o especialista.
Relativamente aos sintomas de alertas da IC, Paulo Bettencourt explica que "a IC é uma condição que tem sintomas que são muito partilhados com outras patologias, nomeadamente a doença respiratória obstrutiva crónica (DPOC). O cansaço a falta de ar, por exemplo, comuns à DPOC, estão entre os sintomas mais comuns nos doentes com IC. Os doentes que tenham fatigabilidade e falta de ar deverão ter acompanhamento médico que irá identificar qual a causa para estes sintomas que podem ser muito limitantes e condicionantes de redução da qualidade de vida".
A prevalência da insuficiência cardíacaem Portugal varia entre 1,36 por cento no grupo etário dos 25 aos 50 anos e 16 por cento acima dos 80 anos. Prevê-se que aumente em 50 a 75 por cento até 2030, devido ao envelhecimento progressivo da população.
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