
Cerca de 800 militares da Guarda Nacional Republicana (GNR) e dos três ramos das Forças Armadas estão envolvidos num esquema que burlava o Estado, através dos respetivos sistemas de assistência na doença.
Segundo o Jornal de Notícias, os militares adquiriam óculos de sol Ray-Ban a custo zero, como se fossem graduados.
Os militares em causa alegavam ter doenças do foro oftalmológico, para terem acesso a óculos ou lentes que eram totalmente comparticipadas pelo Estado. Mas em vez disso, os militares saiam das lojas com óculos de sol.
O referido diário explica que os arguidos eram aliciados a comprar produtos não comparticipados em três óticas de um grupo com sede em Gondomar, sendo esses produtos registados como óculos graduados prescritos por médicos.
De acordo com o Ministério Público (MP), os militares, bem como os familiares e amigos destes, terão sido aliciados pelos gerentes do grupo de óticas, que propunha o esquema de falsificação de documentos aos beneficiários do Instituto de Ação Social das Forças Armadas (IASFA) e Saúde e Assistência na Doença (SAD/GNR).
A esmagadora maioria dos envolvidos no processo (745) assumiu a culpa e beneficiou da suspensão provisória do processo. Mas outros 56 militares vão ser julgados, acusados do crime de falsificação de documentos.
Segundo o referido jornal, os três gerentes das óticas foram também indiciados pelo MP pelos crimes de burla qualificada e usurpação de funções.
Só a "Ótica Lisboa", uma das lojas deste grupo de Gondomar, terá faturado 350 mil euros entre 2010 e 2012 à conta do esquema fraudulento.
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