Os sintomas de Paula começaram misteriosamente em 2013. Desde essa altura, o seu corpo apresenta movimentos involuntários, paralisia momentânea e dores insuportáveis. Por vezes, Paula Díaz perde a consciência por causa do sofrimento.

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Num vídeo partilhado pela família em janeiro, no Twitter, Paula Díaz suplica à presidente Michelle Bachelet, de maneira desesperada, que lhe concedam a morte assistida.

"É algo tão terrível que não consigo descansar. Nem de dia, nem de noite (...). Já não aguento o meu corpo. Está despedaçado. Não consigo apoiar qualquer parte dele sem sentir dores. Como é que não conseguem entender que já não aguento mais?", questiona a jovem de 19 anos.

"Peço-lhe, com todas as minhas forças, para que me venha ver, porque já não posso esperar mais", suplica a jovem nas imagens divulgadas pela família com o objetivo de sensibilizar a sociedade para a sua situação.

Ao longo dos últimos quatro anos, Paula já recebeu múltiplos diagnósticos. O último, em 2015, indicava que sofreria de um problema neurológico degenerativo.

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Paula soma diagnósticos

A lista de doenças que lhe foram atribuídas é extensa: bronquite obstrutiva, pneumonia, escoliose, ataxia, encefalite, síndrome da conversão... Esta última, uma doença do foro psiquiátrico, é um transtorno clínico reconhecido pela Organização Mundial de Saúde que se caracteriza pelo facto dos pacientes apresentarem sintomas diversos como dormência, cegueira, paralisia e crises psicogénicas sem causa neurológica.

À BBC, a família explica que os sintomas se têm agravado desde 2013. "A nossa família relaciona (os acontecimentos subsequentes) ao facto de Paula, pouco antes de ser hospitalizada naquele ano, receber uma vacina que protege contra três doenças (tétano, difteria e tosse convulsa)", diz Vanessa Díaz, irmã de Paula.

"Ela foi hospitalizada pela primeira vez justamente por uma suposta crise de tosse convulsa", argumenta Vanessa, citada pela BBC.

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A família de Paula e alguns médicos - embora nenhum se tenha manifestado publicamente - acreditam que um vírus presente na vacina se alojou na medula de Paula, um caso raro, sendo responsável pela atual condição da jovem de 19 anos.

O médico Miguel Kottow, chefe da Unidade de Bioética da Escola de Saúde Pública da Universidade do Chile, afirma que não há antecedentes de qualquer caso parecido no país e considera a "acusação" delicada. "É um tema muito grave, já que qualquer decisão que se tome nesse caso também coloca em evidência o tema da imunização obrigatória", pondera.

Ao contrário do que acontece em Portugal, no Chile, o Plano Nacional de Vacinação é de cumprimento obrigatório.