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Cientistas australianos descobriram o mecanismo responsável pela absorção da insulina nas células
10/01/2013 - 16h32
Cientistas australianos descobriram o mecanismo responsável pela absorção da insulina nas células, o que pode abrir caminho para a criação de novas drogas para diabéticos que podem ser administradas sem injeção.
O estudo, publicado esta quarta-feira na revista Nature, desvendou o enigma de como a hormona insulina depois de injetada no sangue se liga ao seu recetor celular no corpo humano, um processo necessário para que as células eliminem o açúcar do sangue.
“Todo o trabalho prévio que a comunidade científica desenvolveu foi feito sem uma imagem detalhada de como a insulina interage com a célula e a informa para eliminar a glucose do sangue”, recorda o líder da investigação, Mike Lawrence, do Australia's Walter and Eliza Hall Institute, em Melbourne, cita a agência Reuters.
“O que nós fizemos foi criar essa imagem”, acrescentou, referindo-se à figura tridimensional da insulina que se liga ao recetor celular que surge na revista Nature esta quarta-feira.
Os investigadores descobriram que a insulina envolve o recetor de uma forma muito peculiar, já que ambos se adaptam à medida que interagem. “É um aperto de mão molecular”, descreve o cientista.
A insulina controla os níveis de glicose, ou açúcar, no sangue, assumindo um processo que deixa de funcionar em pessoas com diabetes.
A compreensão deste processo da ligação da insulina ao recetor celular pode originar novas formas de fornecer insulina sem ser pela via intravenosa ou pode mesmo levar ao desenvolvimento de uma insulina mais eficaz e duradoura, adiantou Lawrence. “Esta estrutura que traçámos vai ser um ponto de referência para todo o futuro da insulina”, caracterizou.
Estima-se que atualmente existam cerca de 371 milhões de pessoas com diabetes no mundo, mais cinco milhões do que há um ano atrás, de acordo com dados da Federação Internacional de Diabetes.
Dados da OCDE dão conta de que Portugal é o terceiro país, num total de 33, com maior prevalência da doença, com mais de um milhão de diabéticos.
Por Nuno de Noronha
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