Todos os dias surge em Portugal mais de um caso de cancro da tiróide, mas 90% são curáveis desde que o diagnóstico seja precoce e o tratamento adequado, segundo a Sociedade de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM).
Pelo menos, uma em cada 15 mulheres e um em cada 60 homens em Portugal tem um nódulo (grupos de células que crescem anormalmente no interior da tiróide) que pode ser sentido ao toque, adiantam dados da SPEDM.
Jácome de Castro, do Grupo de Estudos da Tiróide da SPEDM, disse à agência Lusa que cerca de quatro mil portugueses têm estes nódulos que não provocam queixas e são habitualmente detetados, por acaso, pelos doentes ou pelo médico durante uma ecografia feita por outras razões.
No entanto, "dez por cento dos nódulos são malignos", adiantou o especialista, que falava à Lusa a propósito do Dia Mundial da Tiróide, que se assinala hoje.
Segundo a SPEDM, todos os anos surgem entre 400 a 500 casos em Portugal, situando-se a mortalidade nos 25 casos/ano.
"Nós temos uma grande capacidade de diagnosticar o nódulo maligno e o benigno [através da biópsia] e uma grande capacidade (90 por cento) de curar o cancro da tiróide", disse Jácome de Castro.
O endocrinologista adiantou que estão a ser diagnosticados "muitos mais casos de cancro na Europa, mas a mortalidade está a diminuir porque são detetados mais precocemente".
Jácome de Castro deixa um conselho aos portugueses: "Se tem uma dúvida vá ao médico de família, se tem um nódulo na tiróide vá ao endocrinologista".
"As doenças da tiróide afetam mais de um milhão de portugueses e, apesar de muito frequentes, são ainda pouco conhecidas e valorizadas", refere a SPEDM.
Calcula-se que quatro a cinco por cento da população mundial sofrem de alterações da função da tiróide (hiper e hipotiroidismo), sendo que esta percentagem aumenta para 10 por cento em pessoas com mais de 50 anos.
25 de maio de 2011
Fonte: Lusa/SAPO
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