“Os principais meios de transmissão são através do material de propagação (excertos e estacas), por contacto – mãos, roupas, ferramentas/equipamentos, planta a planta – por semente (disseminação mais lenta), solo e infestantes”, lê-se num documento publicado no ‘site’ da DGAV.

De acordo com este folheto informativo, as culturas em estufa são as mais vulneráveis, tendo em conta a proximidade entre plantas e a frequência da manipulação das mesmas.

O ToBRFV é um vírus “muito estável e infeccioso”, podendo sobreviver vários meses e até anos em equipamentos, superfícies, detritos ou folhas secas.

Assim, este organismo recomendou a adoção de um controle preventivo e de práticas de higiene, sublinhando que não existem “genes resistentes ao vírus, nem tratamentos químicos ou opções biológicas”.

Já nas estufas é recomendada a desinfeção da estrutura, incluindo chão, bancadas, tubos de rega, maquinaria, ferramentas e restantes utensílios.

Por outro lado, é sugerida a utilização de sementes certificadas, a adoção de um plano de amostragem com envio de amostras para despiste, assim como a formação de colaboradores para o reconhecimento de sintomas.

“Os meios de controlo são muito limitados e assentam sobretudo na eliminação de plantas infetadas e medidas muito rígidas de higienização, sendo que a erradicação em estufa é muito difícil uma vez que o vírus é muito estável, mesmo fora das plantas hospedeiras”, sublinhou.

No que se refere aos sintomas, a DGAV indicou que, no caso dos tomateiros, as folhas podem estar enrugadas ou deformadas e apresentar cloroses ou manchas, enquanto no pedúnculo, cálices e pecíolos, por vezes, surgem manchas necróticas e no fruto manchas amarelas ou castanhas, deformações, maturação irregular, calibre pequeno e quebras de produção.

As folhas dos pimenteiros, por seu turno, podem apresentar, por exemplo, pontos cloróticos, coloração amarela ou deformações, enquanto no fruto surgem áreas amarelas ou acastanhadas com listas verdes e maturação irregular.

Em caso de suspeita de infeção das culturas por este vírus, os produtores devem contactar os serviços fitossanitários da Direção Regional de Agricultura e Pescas da região.

No documento, a DGAV indicou ainda que a introdução na União Europeia de sementes e plantas de tomate, provenientes de países terceiros, implica um certificado fitossanitário.

Já quando circulam na União Europeia, as sementes e plantas necessitam de um passaporte fitossanitário que ateste a sua origem.

O ToBRFV foi identificado, pela primeira vez, em 2014, em tomate de estufa em Israel e, no ano seguinte, na Jordânia.

Em 2018, foi observado no México, EUA (Califórnia), Alemanha e Itália (Sicília), enquanto, no ano seguinte, surgiu na Turquia, China, Itália continental, Reino Unido, Grécia, Holanda e Espanha.

Este ano surgiu em França e Polónia e, novamente, no Reino Unido e na Grécia, enquanto na Alemanha e nos EUA os focos foram considerados erradicados.

A DGAV é um serviço central da administração direta do Estado, com autonomia administrativa.