A ação foi promovida por uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), a ENCONTRAR+SE, que tem sede no Porto e apoia quase uma centena de utentes desde 2008, mas que “está em situação limite", de acordo com José Augusto Pereira, porta-voz do grupo de familiares e utentes que esta manhã marcou presença no protesto.

"A corda ao pescoço simboliza o estado terminal da ENCONTRAR+SE e dos cuidados com a saúde mental em Portugal", disse o porta-voz, descrevendo doenças mentais, algumas delas crónicas, que podem causar situações muito incapacitantes para os pacientes.

José Augusto Pereira explicou que a ENCONTRAR+SE presta serviços de psicologia, psiquiatria e terapêuticos. Também organiza atividades para ocupação dos utentes e apoio aos familiares, entre outras ações e apoios, "quase a título gratuito" e fruto de "ajudas pontuais e patrocínios"

É ambição desta IPSS "sem fins lucrativos" ser integrada na Rede de Cuidados Continuados nacional.

"Existe no sistema nacional uma lacuna deste tipo de serviços e de alguma forma a ENCONTRAR+SE substitui-se ao Estado na obrigação de apoiar doentes e famílias. Portanto, achamos que deveríamos receber apoio e ser integrados na rede pública. Sem um apoio, a ENCONTRAR+SE está condenada e os utentes deixarão de ter estes serviços", descreveu José Augusto Pereira.

A ação decorreu em frente à sede da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N), no Porto, e o grupo contou aos jornalistas que também já fez diligências junto do Ministério da Saúde.

"Prometeram resolver o problema mas têm dado respostas inconclusivas e vagas. Dizem que vão integrar num orçamento e depois em outro e nada", explicou o porta-voz referindo-se aos responsáveis da ARS-N que, por sua vez, contactados pela agência Lusa, preferiram não comentar.