As bandadas do CDS-PP, do Bloco de Esquerda, do PSD e do PCP apresentaram hoje projetos de resolução sobre a importância do cumprimento do programa nacional de vacinação, nomeadamente a propósito do recente surto de sarampo, que provocou uma vítima mortal.

Embora, como todos os grupos, reconhecendo a eficácia do programa nacional de vacinação, a deputada Isabel Neto, do CDS-PP, defendeu que é preciso “ir mais além”, e garantir melhores resultados, pelo que é preciso esclarecer e sensibilizar a população para a necessidade “de manter taxas elevadas de vacinação”.

“O que pretendemos é que não se alivie nem no tom, nem na forma nem nos meios, para garantir uma taxa de vacinação elevada e que haja uma certa censura social para os que não vacinam os filhos”, disse a deputada.

Pelo Bloco de Esquerda o deputado Moisés Ferreira lembrou também que Portugal é dos países com melhor cobertura vacinal, devendo o objetivo ser aumentar essa cobertura e perceber porque há crianças que não estão a ser vacinadas, pelo que o partido propõe “que regularmente existam campanhas de informação e sensibilização sobre importância da vacinação”.

O Bloco propõe ainda o que chamou Moisés Ferreira de “melhor articulação entre a escola e cuidados saúde primários”, de forma a que a escola possa alertar para casos de crianças que não são vacinadas.

Ângela Guerra, do PSD, referiu-se ao recente surto de sarampo para apresentar um projeto de resolução que recomenda ao Governo que reforce a vacinação e as campanhas de informação sobre a matéria, e Carla Cruz, pelo PCP, lembrou que dos 27 casos detetados de sarampo 17 eram de pessoas não vacinadas.

O PCP, disse, propõe ações dos profissionais de saúde junto de famílias que se afastaram da vacinação e que seja feito um estudo para que se percebam as razões para o decréscimo ou atrasos na vacinação.

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“O surto do sarampo veio provar a eficácia do plano de vacinação”, contrapôs o deputado socialista António Sales, concluindo que é “fundamental promover campanhas”.

Segundo os projetos de resolução, o CDS-PP recomenda ao Governo que sejam sinalizados os alunos não vacinados, que seja agilizado o processo de boletins de vacina eletrónicos e que crianças não vacinadas possam ser impedidas de se matricular.

Propõem também os centristas que se faça uma campanha nacional de sensibilização para o cumprimento do programa nacional de vacinação e que se tomem medidas para assegurar a vacinação de todos os profissionais de saúde.

O Bloco de Esquerda defende campanhas de sensibilização que relevem a importância das vacinas na redução da mortalidade e controlo e erradicação de doenças, e o PSD recomenda que se reforcem “as medidas de vacinação contra o sarampo”, especialmente de crianças e jovens, e se “lance uma campanha informativa para esclarecer a população sobre a validade da vacinação incluída no Programa Nacional de Vacinação, em particular no caso do sarampo”.

O PCP recomenda ao Governo, além das campanhas de sensibilização, o reforço da articulação entre unidades de saúde e escolas, a vacinação dos profissionais de saúde, bombeiros, professores e educadores e trabalhadores de escolas.

E ainda que o Governo “tome medidas de fundo para reduzir a dependência do exterior quanto ao fornecimento de vacinas, garantindo disponibilidade e previsibilidade dos stocks”.