“Hoje demitiram-se 10 chefes de equipa de urgência do Hospital Garcia de Orta e outros tantos internistas que exercem funções no Serviço de Urgência demitiram-se em bloco, em carta enviada ao Conselho de Administração”, refere a SPMI, em comunicado enviado às redações.
Contactado pela agência Lusa, o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Roque da Cunha, confirmou que “os chefes de equipa de Medicina apresentaram a demissão por insuficiência de recursos humanos”.
O SIM adianta que “vai fazendo chegar ao bastonário da Ordem dos Médicos as situações em que as equipas de urgência estão com um número de profissionais abaixo dos níveis desejados”.
Após o comunicado da SPMI, a dar conta das demissões, em nota enviada na noite de hoje à Lusa, o Conselho de Administração do Hospital Garcia de Orta refere que um grupo de chefes de equipa do Serviço de Urgência Geral enviou hoje “uma carta ao Conselho de Administração, alertando para alguns problemas internos inerentes” àquele serviço, na qual “também fazia referência à possibilidade de demissão”.
“De imediato o CA [Conselho de Administração], na pessoa do sr. diretor clínico, recebeu o grupo e, nessa reunião, foram esclarecidas as dúvidas existentes e assumido o compromisso, por parte do CA, de adoção de medidas possíveis, neste momento, para ajudar a resolver as questões e as situações colocadas”, acrescenta a nota do Hospital Garcia de Orta.
Contudo, questionada pela agência Lusa durante a tarde de hoje sobre as demissões, na sequência de informações que chegaram à Lusa, o hospital respondeu nessa ocasião por escrito que “nenhum diretor de serviço do HGO [Hospital Garcia de Orta] se demitiu” nem nessa resposta se fazia referência à “possibilidade de demissão” que consta na nota enviada à noite.
Na resposta enviada cerca das 17:30, o hospital dava conta também da marcação de uma nova reunião para a “primeira quinzena de outubro”.
A Sociedade Portuguesa de Medicina Interna acrescenta no seu comunicado que o “protesto dos internistas do Hospital Garcia de Orta se deve à decisão do Conselho de Administração de retirar a Cirurgia Geral da presença física no Serviço de Urgência”.
“É evidente que isso levará a um esgotamento ainda maior dos internistas na Urgência, para além de pôr em perigo os doentes do foro cirúrgico, que ficam dispersos numa amálgama de doentes ainda maior”, alerta a SPMI.
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