As reservas de sangue do país contam cada vez mais com o contributo de novos dadores mais jovens, mas ainda assim as dádivas deste ano foram inferiores às do ano passado, revelou o presidente do instituto do sangue.
Fazendo um balanço das campanhas de colheita de sangue no verão, o presidente do Instituto Português do Sangue e Transplantação (IPST) revelou que houve 45.991 dadores, menos 1.327 no que no mesmo período de 2011 (47.318).
No entanto, Helder Trindade salientou o facto de se terem registado 8.486 novos dadores, o que corresponde a 18,5 por cento do total de inscritos (no ano passado os novos dadores representavam 12,8 por cento do total).
Além disso, estes novos dadores apresentavam uma média de idades de 33 anos nas mulheres e de 34 anos nos homens, comparativamente com a média geral de 41 anos nos homens e 39 nas mulheres, o que “mostra que a juventude se encontrou envolvida”.
Apesar de os resultados das colheitas continuarem inferiores aos do ano passado, Helder Trindade sublinha que a campanha de verão permitiu “ultrapassar esta etapa de menor colheita, sem que houvesse falta de sangue nos hospitais”.
Desta forma foi possível inverter a quebra de 16 por cento nas dádivas de sangue que se verificou até julho, tendo este acumulado descido para 14 por cento no final de agosto.
“Não deixou de haver quebra, só não é tão acentuada, havendo dados de recuperação”, disse, alertando ser provável que o número continue a aumentar, já que a campanha de verão continua mais alguns dias.
Segundo o responsável, à data de hoje a reserva nacional de sangue encontrava-se acima das 11 mil unidades, sendo que com mais de oito mil unidades, considera-se que a “situação é segura”.
As quebras nas dádivas que se vinham registando e o facto de os meses de verão serem “mais difíceis” levou o IPST a lançar uma campanha alargada com várias medidas, entre as quais Helder Trindade destacou o call center, que contacta todos os dadores que não dão sangue há mais de um ano.
“Só durante este período, o call center realizou 10.563 telefonemas, tendo mobilizado 1.801 dadores, o que corresponde a uma taxa de sucesso de 17,05%”, disse.
Helder Trindade afirmou que as colheitas do IPST cobrem 59 por cento das necessidades do país, cabendo aos hospitais os restantes 41%.
Do total, mais de metade é feita com a cooperação das cerca de 170 associações de dadores de sangue existentes a nível nacional, que contam com um financiamento do IPST de aproximadamente 600 mil euros por ano.
Questionado sobre se está previsto algum corte nestes apoios, Helder Trindade disse que a proposta de orçamento já está em discussão e que não há qualquer indicação nesse sentido, até porque “um corte sério poderia causar dificuldades nas associações”.
26 de setembro de 2012
@Lusa
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