António Costa, que respondia a perguntas do secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, no debate quinzenal, na Assembleia da República, disse que o Governo tem "um caminho" do qual não irá "arredar pé".

"É preciso ter consciência de que esta crise não se pode resolver com respostas de austeridade. O que temos feito visa manter vivas as empresas, os postos de trabalho e o rendimento dos trabalhadores. Temos de evitar acrescentar crise à crise", afirmou.

E acrescentou que "a prioridade" é manter o rendimento dos trabalhadores e as empresas que os sustentam.

"Esse será o nosso caminho, daqui não iremos arredar pé", disse o chefe do Governo.

A resposta à crise causada pela pandemia, que paralisou parcialmente a economia portuguesa, levou António Costa a prometer que não adotará a receita de austeridade de há dez anos, numa entrevista à agência Lusa, em 11 de abril.

Passada uma semana, agora em entrevista ao Expresso, em que anunciou um programa para o emprego, não repetiu a promessa, optando por dizer: “Não dou uma resposta que amanhã não possa garantir.”

Hoje, voltou ao tema, em resposta a uma pergunta do secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, que desafiou Costa a ir além da promessa de não aplicar a “famigerada política de austeridade” e a tomar decisões para proteger os direitos dos trabalhadores na resposta à pandemia de covid-19.

A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou cerca de 178 mil mortos e infetou mais de 2,5 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Em Portugal, morreram 785 pessoas das 21.982 registadas como infetadas, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

O país cumpre o terceiro período de 15 dias de estado de emergência, iniciado em 19 de março, e o decreto presidencial que prolongou a medida até 02 de maio prevê a possibilidade de uma "abertura gradual, faseada ou alternada de serviços, empresas ou estabelecimentos comerciais".