A agência das nações unidas para a infância é a maior compradora de vacinas do mundo, adquirindo anualmente mais de dois mil milhões de doses para a vacinação de rotina e resposta a surtos e emergências, para quase cem países.
Agora, no âmbito da pandemia de COVID-19 e da iniciativa COVAX, a Unicef vai trabalhar com fabricantes e parceiros na aquisição, transporte e distribuição das vacinas contra o novo coronavírus, que provoca a COVID-19.
De acordo com a Unicef, Portugal encontra-se na lista de países com interesse em aderir à Covax.
A operação vai decorrer em 92 países em vias de desenvolvimento e emergentes e envolve a logística e armazenamento, anunciou a estrutura da ONU em comunicado.
“A Unicef irá ainda assumir o papel de coordenação no processo de aquisição de vacinas por parte de 80 países desenvolvidos, que manifestaram intenção de participar na iniciativa COVAX Facility, financiando a compra de vacinas com orçamento público. Portugal é um desses 80 países, tendo já manifestado interesse em aderir à iniciativa”, lê-se no documento.
Trata-se de uma iniciativa em que participam governos, fabricantes e parceiros multilaterais para fazer frente à pandemia, de acordo com Henrietta Fore, directora executiva da Unicef, citada no comunicado.
"Nesta procura coletiva por uma vacina, a Unicef está a usar a sua experiência única no fornecimento de vacinas para garantir que todos os países têm acesso seguro, rápido e equitativo às doses iniciais assim que estas estiverem disponíveis", defendeu a mesma responsável.
O próximo passo é assegurar que os países com financiamento próprio se inscrevem na iniciativa até 18 de setembro, o que vai permitir apoiar investimentos antecipados no aumento da capacidade de produção em larga escala, através de acordos de compra antecipada.
A OMS está a desenvolver o processo de distribuição no âmbito da iniciativa COVAX Facility, que irá indicar como e onde a Unicef e outras entidades que trabalham em nome dos países participantes fornecem as vacinas asseguradas pela iniciativa.
“Espera-se que as atribuições iniciais de doses vão aumentando para permitir que os países vacinem os trabalhadores das áreas de saúde e social, e posteriormente permitindo que os países participantes vacinem os grupos de risco”, acrescentou a Unicef no comunicado.
A pandemia de COVID-19 já provocou pelo menos 869.718 mortos e infetou mais de 26,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.833 pessoas das 59.457 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
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