De acordo com estimativas das Nações Unidas (ONU), duas em cada cinco pessoas em todo o mundo, ou seja, 3 mil milhões de pessoas, não têm água potável ou sabão em casa para lavar as mãos, uma medida considerada “crítica” na prevenção de várias doenças, incluindo a propagação do novo coronavírus.
Destas, 1,6 mil milhões têm acesso limitado a água e sabão e 1,4 mil milhões não têm simplesmente acesso.
As estatísticas não são novas, mas a necessidade de conter a pandemia de covid-19, veio sublinhar a importância do acesso universal a água potável e saneamento, especialmente em África, onde morrem em média mais de 100 pessoas por hora devido a doenças associadas ao consumo de água contaminada, falta de higiene ou de instalações sanitárias.
Os mesmos dados apontam que 900 milhões de crianças não têm água ou sabão nas escolas, ou seja, 5 em cada 10 escolas não disponibilizam sabão e água aos alunos.
Por outro lado, 40% das infraestruturas de saúde não estão equipadas para permitir a lavagem frequente nem têm desinfetante para as mãos.
Nos países sem desenvolvimento, quase três quartos das pessoas não têm onde lavar as mãos e na África Ocidental um terço da população vivem sem instalações sanitárias em casa.
Mesmo nos países com melhor cobertura, uma em cada 4 pessoas continua sem acesso a água e saneamento.
Dois terços da população da África Subsaariana dependem ainda de águas de superfície, ou seja, de lagos e rios, frequentemente poluída e muitas vezes contaminada.
Globalmente, 1,8 mil milhões de pessoas usam uma fonte de água contaminada com fezes, aumentando o risco de epidemias de cólera, disenteria, febre tifoide ou poliomielite.
Perante este cenário e com a pandemia de covid-19 a progredir em África, várias organizações não-governamentais, no terreno, estão a apelar aos governos para que aproveitem esta crise para abordar este problema.
O acesso universal e equitativo a água potável, saneamento e condições de higiene até 2030 é um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 870 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 44 mil.
Dos casos de infeção, pelo menos 172.500 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O número de mortes em África subiu para 196 nas últimas horas num universo de mais de 5.700 casos confirmados em 49 países, de acordo com as estatísticas sobre a doença no continente.
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