Em declarações à agência Lusa, Rui Lázaro, do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar, adiantou que já hoje o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM pode decidir enviar o doente para outra unidade que não a da área de residência e, por isso, diz não entender porque se insiste no envio para hospitais que deixam o doente à espera várias horas no exterior.
“Não se entende como, perante este acumular de ambulância nas urgências de alguns hospitais, não se faz o contacto com outras unidades e não se encaminha o doente para outras unidades. Mesmo que fosse para fora da região, a viagem era mais demorada, mas, ainda assim, o doente era atendido mais cedo”, afirmou.
Para o responsável, “o CODU sabe quando as ambulâncias estão à espera em filas, logo, deveria coordenar o envio para outros locais”, sobretudo porque a maioria das urgências hospitalares "atendem doentes com patologia respiratória".
“Depois, se fosse o caso de um doente que tivesse de ser tratado noutro local, pelo menos era estabilizado e depois transferido. Já acontece agora pois há doentes internados, que com a pressão e falta de capacidade dos hospitais, são transferidos até de Lisboa para o Porto e vice-versa”, acrescentou.
Para responsável sindical, o acumular de ambulâncias em fila, durante horas, nas urgências dos hospitais “faz com que estejam retidos não só os veículos, que poderiam estar a fazer outros serviços, como os técnicos, que estão ali à espera e poderiam igualmente assistir outros doentes”.
Rui Lázaro diz que o sindicato já fez, há cerca de duas semanas, ao INEM, com conhecimento da Secretaria de Estado, um pedido de esclarecimento, manifestando-se disponível para colaborar na constituição de equipas de reforço, “sobretudo nas zonas mais afetadas, como o Centro e o Sul, mas até ao momento não teve resposta.
Em comunicado, o sindicato já tinha considerado que "os acontecimentos que têm vindo a público nos últimos dias [filas de ambulâncias com doentes] revelam a falta de preparação do INEM", considerando que enviar ambulâncias para hospitais onde já existem outras retidas releva "impreparação e inação", além de colocar em risco a vida dos cidadãos transportados, bem como de quem sofre de um acidente ou de doença súbita e possa vir a precisar de recorrer à emergência médica".
A Lusa questionou o INEM sobre todas as matérias referidas pelo sindicato, mas até ao momento o instituto não respondeu.
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