Numa primeira informação, as autoridades de Moscovo, a capital russa, indicaram que uma doente de 79 anos que testou positivo ao coronavírus morreu “devido a uma pneumonia”.

Hospitalizada desde 13 de março, sofria igualmente de diabetes e hipertensão arterial, precisou a mesma fonte em comunicado.

Um segundo comunicado das autoridades sanitárias difundido após a autópsia corrigiu a informação ao afirmar que a doente não morreu diretamente devido a uma pneumonia ligada ao coronavírus, mas de um “coágulo sanguíneo”.

Apesar de as análises “confirmarem uma infeção por coronavírus, a pneumonia não foi a causa da morte, mas o deslocamento de um coágulo sanguíneo” na artéria pulmonar, afirmou Oleg Zaïratiants, médico patologista em Moscovo, citado no comunicado.

Em simultâneo, a agência Rospotrebnadzor anunciou hoje a obrigação para todos os viajantes que cheguem à Rússia do estrangeiro de permanecerem duas semanas em isolamento nas suas casas.

Desde 05 de março que esta medida se aplica unicamente aos que regressavam de uma lista de países na Europa e na Ásia fortemente atingidos pela pandemia.

No decurso de uma reunião governamental transmitida em direto, o primeiro-ministro russo, Mikhail Michoustine, recomendou por sua vez à população para “limitar os seus contactos”.

“Muitos começam a ter agora consciência da seriedade da situação, mas não há motivos para pânico”, acrescentou.

“Possuímos [na Rússia] produtos alimentares suficientes”, indicou, antes de prometer que as autoridades “vão tentar evitar que as prateleiras dos supermercados fiquem vazias”.

No início da semana, o Presidente russo Vladimir Putin afirmou que a epidemia do novo coronavírus estava “sob controlo”, apesar de anteriores exemplos de passividade das autoridades em termos de gestão de crise suscite alguma apreensão entre a população.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 220 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 8.900 morreram.

Das pessoas infetadas, mais de 85.500 recuperaram da doença.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se já por 176 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália, com 2.978 mortes em 35.713 casos, a Espanha, com 767 mortes (17.147 casos) e a França com 264 mortes (9.134 casos).

A China anunciou hoje não ter registado novas infeções locais nas últimas 24 horas, o que acontece pela primeira vez desde o início da pandemia. No entanto registou 34 novos casos importados.

No total, desde o início do surto, em dezembro passado, as autoridades da China continental, que exclui Macau e Hong Kong, contabilizaram 80.894 infeções diagnosticadas, incluindo 69.614 casos que já recuperaram, enquanto o total de mortos se fixou nos 3.237.

Destaque também para o Irão, com 1.135 mortes em 17.361 casos.

Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

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