Na quarta-feira tinham sido registados 78.610 novos casos e 165 mortes. Hoje foram notificadas 146 mortes.
As autoridades de saúde britânicas já tinham avisado que a situação vai piorar durante a época do Natal devido à variante Ómicron do SARS-CoV-2, considerada mais contagiosa do que a variante Delta.
Até agora foram identificados 11.708 casos associados à nova variante, mais 1.691 do que na quarta-feira.
Mas o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, insistiu hoje que a situação no Reino Unido é diferente quando comparada com a do ano passado, graças ao sucesso da campanha de vacinação e à maior capacidade de testagem.
Enquanto o diretor-geral de Saúde de Inglaterra, Chris Whitty, aconselhou as pessoas a limitarem os contactos sociais, Johnson desdramatizou, rejeitando que o Reino Unido esteja à beira de um novo confinamento.
Se as pessoas quiserem participar num evento, vincou hoje o primeiro-ministro, “o mais sensato é fazer um teste e garantir que se está a ser cauteloso”.
“Mas não estamos a dizer que queremos cancelar coisas, não estamos a fechar coisas, e o caminho mais rápido de volta à normalidade é ser vacinado”, vincou.
Mesmo assim, a rainha Isabel II optou por cancelar o tradicional almoço em família antes do Natal devido ao agravamento da situação epidémica.
A diretora médica da Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido, Susan Hopkins, revelou hoje, numa audição da Comissão Parlamentar de Saúde, que o valor da taxa Rt (índice de transmissibilidade no Reino Unido deverá situar-se entre 3 e 5.
Isto significa que cada pessoa infetada está a transmitir o vírus a entre três a cinco outras pessoas, em média.
O valor atual do Rt está estimado entre 1,1 e 1,2, devendo ser atualizado na sexta-feira.
Numa conferência de imprensa na quarta-feira, Chris Whitty, admitiu que “os recordes [de casos] continuarão a ser batidos nas próximas semanas, à medida que as taxas [de infeção] continuarem a subir”.
Questionado sobre se as pessoas deveriam participar em festas de Natal ou de Ano Novo, Whitty defendeu que devem restringir os contactos e “dar prioridade a quem interessa”.
Hoje, França decidiu proibir a entrada de turistas do Reino Unido a partir de sexta-feira, acrescentando que apenas aqueles com um “motivo premente” para viajar terão permissão para entrar.
As pessoas que viajarem terão de apresentar um teste com resultado negativo menos de 24 horas antes da viagem, testar novamente à chegada e ficar em isolamento durante sete dias, período que pode ser reduzido para 48 horas se o resultado for negativo.
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