O porta-voz do Gabinete de Gestão de Crise da covid-19, Rui Maria de Araújo, explicou à Lusa que o receio do país vir a ter mais casos da covid-19 são “o regresso de timorenses vivendo na diáspora e a existência de possíveis casos assintomáticos”.
Ainda que os voos comerciais para Díli estejam atualmente suspensos, centenas de pessoas continuam a chegar à fronteira terrestre que divide a ilha, com as autoridades a permitirem que alguns grupos entrem no território.
Quem entra é depois levado para locais de quarentena criados pelo Governo.
Rui Araújo diz que lidar com esta questão coloca duas alternativas, ou “suspender a entrada dos timorenses pela fronteira por um certo período, de forma a habilitar melhor o sistema” ou “melhorar as condições de confinamento obrigatório e de exames laboratoriais para os grupos de maior risco”.
Ainda assim, e independentemente da situação atual no país, Rui Araújo disse que é vital “as pessoas aderirem ao confinamento voluntário, ao distanciamento social e físico”.
“Nunca se sabe se já existem assintomáticos com potencialidade de transmissão no meio das comunidades”, considerou.
“Temos que continuar vigilantes e praticar à letra todas as medidas de prevenção a nível pessoal, em família e como comunidade. Todo o cuidado é pouco nesta pandemia cujo causador principal continua a demonstrar certos comportamentos imprevisíveis”, referiu.
Rui Araújo sublinha que “vários países deixaram de ter novos casos, e ao relaxarem foram depois apanhados de surpresa com o ressurgimento inesperado de novos casos” — como ocorreu no Japão, Singapura ou Macau — e que “é sempre melhor acatar todas as medidas preventivas que são do conhecimento de todos”.
Noutro âmbito o porta-voz timorense disse que no final deste mês deverá chegar a Timor-Leste o primeiro voo com material médico que está a ser comprado no mercado internacional, nomeadamente através de uma parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Sobre as maiores carências do sistema de saúde para lidar com a doença, Rui Araújo disse que entre as dificuldades estão a “capacidade para identificar casos através de exames laboratoriais mais extensivos aos grupos de maior risco”.
Relativamente ao único caso confirmado em Timor-Leste – um cidadão detetado a 21 de março e que está em isolamento – Rui Araújo explicou que o paciente foi já alvo de vários exames subsequentes, que deram resultado positivo À doença.
Atualmente, e segundo os dados mais recentes, as autoridades comprovaram já cerca de 45 casos negativos, estando à espera de resultados em quatro outros casos suspeitos.
Atualmente estão em confinamento obrigatório em estruturas preparadas pelo Estado um total de 884 pessoas, a que se somam mais 74 em autoconfinamento em casa.
Já completaram o processo de período de quarentena obrigatória de 14 dias um total de 736 pessoas, das quais 616 em Díli e 119 nos vários municípios.
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