Iniciada às 15:00 de Bruxelas (14:00 em Lisboa), a conferência, que fixou como objetivo um montante de 7,5 mil milhões de euros, já tinha recolhido duas horas depois, 5,4 mil milhões em compromissos de doações, de acordo com os dados que a Comissão Europeia vai atualizado na página de Internet especialmente criada para o efeito, e que já inclui a contribuição portuguesa, pública e privada, de 10 milhões de euros, hoje anunciada pelo primeiro-ministro, António Costa.
Num evento por videoconferência realizado a partir da sede da Comissão Europeia, em Bruxelas, a presidente do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, assumiu o papel de apresentadora do evento, e foi dando a palavra, em direto, a diversos líderes, e apresentando mensagens gravadas por outros, entre os quais António Costa, tendo sido transmitidas imagens da cerimónia hoje realizada na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
No início da sua intervenção, perante uma plateia com alguns dos maiores empresários e banqueiros nacionais, António Costa agradeceu a resposta ao seu apelo para haver uma participação relevante de Portugal na conferência de doadores desta tarde, anunciando o contributo de 10 milhões de euros, “em nome dos 10 milhões de portugueses”, no “esforço europeu para a resposta global no combate à covid-19".
Numa iniciativa marcada pela ausência dos Estados Unidos, além dos contributos da generalidade dos países europeus, registam-se doações do Canadá (551 milhões de euros), Japão (762 milhões), Arábia Saudita (457 milhões) e Austrália (200 milhões), entre outros.
Entre os Estados-membros da UE, destacam-se os contributos da Alemanha (525 milhões) e França (510 milhões), e entre os países que não fazem parte da União, os de Reino Unido (441 milhões) e Noruega (188 milhões). A Comissão Europeia anunciou por seu lado uma contribuição de mil milhões de euros.
Um dos intervenientes na videoconferência de doadores que hoje arrancou em Bruxelas foi o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, que saudou a campanha de angariação de fundos, considerando que “este é exatamente o tipo de liderança de que o mundo precisa hoje”.
O secretário-geral da ONU exortou outros atores mundiais a juntarem-se a este “esforço vital”, pois estimou que seja necessária uma verba cinco vezes superior, na ordem dos 37,5 mil milhões de euros, para financiar o que classificou como “o esforço de saúde pública mais massivo da História”.
“Agradeço as contribuições generosas anunciadas hoje rumo ao objetivo de 7,5 mil milhões de euros. Estes fundos são uma espécie de adiantamento para desenvolver as novas ferramentas à velocidade necessária. Mas para chegar a todos e em todo o lado, precisaremos provavelmente de cinco vezes esse montante, pelo que apelo a todos os parceiros que se juntem a estes esforços quando voltarmos a encontrar-nos no final de maio”, declarou António Guterres.
Esta ‘maratona’ mundial de angariação de fundos surge após a Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras organizações mundiais que operam no setor da saúde terem lançado um apelo conjunto à mobilização para desenvolver um acesso rápido e equitativo a instrumentos de diagnóstico, terapias e vacinas contra o novo coronavírus que sejam seguros, de qualidade, eficazes e a preços acessíveis.
Países, organizações e empresas de todo o mundo são, então, convidados a participar nesta campanha, organizada pela Comissão Europeia e pelos seus parceiros.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 247 mil mortos e infetou mais de 3,5 milhões de pessoas em 195 países e territórios. Mais de um milhão de doentes foram considerados curados.
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