“A luta contra a pandemia COVID-19 exige o trabalho de todos e o reforço das organizações multilaterais”, lê-se numa mensagem publicada na conta oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros português no Twitter. “Não é tempo de enfraquecer a Organização Mundial de Saúde, mas sim de apoiá-la”, acrescenta o texto.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou na terça-feira que vai suspender a contribuição do país para OMS, justificando a decisão com a “má gestão” da pandemia provocada pelo novo coronavírus.
“Ordeno a suspensão do financiamento para a Organização Mundial da Saúde enquanto estiver a ser conduzido um estudo para examinar o papel da OMS na má gestão e ocultação da disseminação do novo coronavírus”, disse.
Donald Trump, que falava aos jornalistas na Casa Branca, em Washington, referiu que os EUA contribuem com “400 a 500 milhões de dólares por ano” (entre 364 e 455 milhões de euros) para a OMS, em oposição aos cerca de 40 milhões de dólares (mais de 36 milhões de euros), ou “ainda menos”, que disse ser o investimento da China naquela organização.
A decisão norte-americana foi imediatamente criticada pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, que sublinhou que este "não é o momento de reduzir o financiamento das operações" da OMS “”ou de qualquer outra instituição humanitária que combata o vírus" SARS-CoV-2.
"A minha convicção é que a Organização Mundial da Saúde deve ser apoiada por ser absolutamente essencial aos esforços do mundo para ganhar a guerra contra a COVID-19", salientou Guterres.
A União Europeia (UE) reagiu hoje à decisão lamentando-a “profundamente” e considerando que “não há razão que justifique” esta atitude, sobretudo no atual contexto da pandemia de COVID-19.
Numa mensagem publicada na sua conta oficial na rede social Twitter, o Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, deplora a medida e sustenta que “não há razão que justifique esta medida, numa altura em que os seus esforços são mais do que nunca necessários para ajudar a conter e mitigar a pandemia COVID-19”.
“Apenas juntando forças podemos superar esta crise que não conhece fronteiras”, completa o chefe da diplomacia europeia.
A China e a Alemanha também já criticaram a decisão de Donald Trump.
Surgido em dezembro na China, o novo coronavírus já fez mais de 124 mil mortos e infetou quase dois milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Os Estados Unidos são o país que regista atualmente o maior número de mortes, 25.757, e de casos de infeção, mais de 600 mil.
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