Sem querer antecipar as medidas que lhe foram transmitidas pelo primeiro-ministro durante a reunião na Residência Oficial de São Bento, em Lisboa, Jerónimo de Sousa garantiu que apoiará as medidas governamentais, embora admita que não saiu mais descansado face à “complexidade tão grande” do problema.

“Da parte do PCP não faltará nenhum apoio ou proposta para que o nosso país e o nosso povo saia desta curva apertada”, afirmou.

Para o líder comunista, “neste quadro concreto, nunca será um trabalho acabado, serão sempre necessárias medidas posteriores” para se poder ultrapassar o problema, com “serenidade e sem alarmismos”.

Jerónimo de Sousa reconheceu ainda que “há aspetos” das medidas que o partido tem “dificuldade em acompanhar, se se tratar de desvalorizar os direitos dos trabalhadores”.

Esta “é a resposta encontrada, sustentada na DGS”, e, para Jerónimo de Sousa, “são passos adiante”, apesar de reconhecer que as autoridades estão “a lidar com algo” que não se conhece e que “coloca inquietação”.

Em termos genéricos, o secretário-geral comunista falou em medidas para a “defesa dos salários e dos direitos dos trabalhadores”, de apoio às “pequenas e médias empresas, que precisam de apoios e deve ser dados”, além do “reforço de trabalhadores e especialistas” no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O novo coronavírus responsável pela Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.600 mortos em todo o mundo, levando a Organização Mundial de Saúde a declarar a doença como pandemia.

O número de infetados ultrapassou as 125 mil pessoas, com casos registados em cerca de 120 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 78 casos confirmados.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) atualizou hoje o número de infetados, que registou o maior aumento num dia (19), ao passar de 59 para 78, dos quais 69 estão internados.

O boletim divulgado hoje assinala também que há 133 casos a aguardar resultado laboratorial e 4.923 contactos em vigilância, mais 1.857 do que na quarta-feira.

No total, desde o início da epidemia, a DGS registou 637 casos suspeitos.

O Conselho Nacional de Saúde Pública recomendou na quarta-feira que só devem ser encerradas escolas públicas ou privadas por determinação das autoridades de saúde.

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