"Conscientes das preocupações manifestadas por toda a comunidade escolar, impõe-se informar que o município, em face da proximidade aos concelhos afetados [Lousada e Felgueiras], manterá a sua decisão de determinar o encerramento dos estabelecimentos escolares na próxima segunda-feira", lê-se num comunicado da câmara municipal.
Hoje, em Paços de Ferreira, no distrito do Porto, têm decorrido várias reuniões, nas quais a câmara espera obter um parecer favorável do delegado de saúde local, no sentido do encerramento das escolas, reforçou fonte da edilidade, em declarações à Lusa.
A autarquia acentua que o Conselho Superior de Saúde Pública anunciou na quarta-feira "que compete às Autoridades de Saúde Locais pronunciarem-se, caso a caso, pelo encerramento dos estabelecimentos escolares".
Na segunda-feira, o presidente da câmara, Humberto Brito, enviou um ofício aos ministérios da Educação e da Saúde, pedindo "o encerramento de todas as escolas do concelho, no âmbito das medidas excecionais para prevenção da propagação do surto epidemiológico".
O pedido, reforça hoje a autarquia, "fundamentou-se no facto de existirem dezenas de alunos, professores e colaboradores provenientes dos concelhos [vizinhos] de Lousada e Felgueiras", situação à qual acresce "uma enorme preocupação por parte dos pais e de toda a comunidade".
"Conscientes da absoluta necessidade de prevenir o alastramento desta epidemia, continuaremos totalmente empenhados naquilo que neste momento é mais importante: assegurar a saúde e a proteção, a todos os níveis, da nossa população", defende o município.
O concelho de Paços de Ferreira confina territorialmente com Lousada, um dos concelhos, conjuntamente com Felgueiras, onde foi decretado, na segunda-feira, o encerramento de todas as escolas e outros equipamentos públicos e privados, por ali terem sido detetados vários casos de infeção por COVID-19.
O novo coronavírus responsável pela COVID-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.600 mortos em todo o mundo, levando a Organização Mundial de Saúde a declarar a doença como pandemia.
O número de infetados ultrapassou as 125 mil pessoas, com casos registados em cerca de 120 países e territórios.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) atualizou hoje o número de infetados, que registou o maior aumento num dia (19), ao passar de 59 para 78, dos quais 69 estão internados.
A região Norte continua a ser a que regista o maior número de casos confirmados (44), seguida da Grande Lisboa (23) e das regiões Centro e do Algarve, ambas com cinco casos confirmados da doença.
O boletim divulgado hoje assinala também que há 133 casos a aguardar resultado laboratorial e 4.923 contactos em vigilância, mais 1.857 do que na quarta-feira.
No total, desde o início da epidemia, a DGS registou 637 casos suspeitos.
O Conselho Nacional de Saúde Pública recomendou na quarta-feira que só devem ser encerradas escolas públicas ou privadas por determinação das autoridades de saúde.
A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, considerou que esta recomendação "faz sentido" e que o encerramento de escolas será feito de forma casuística "analisando o risco, caso a caso, situação a situação".
Várias universidades e outras escolas já decidiram suspender as atividades letivas.
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