A terceira edição da campanha #RespeitoPelaVida, levada a cabo pela Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM), incidiu, sobretudo, nas pessoas que não estavam a usar máscara nos passadiços e no paredão.
“Perguntámos porque é que as pessoas não estão a usar a máscara. Algumas delas têm as máscaras nos bolsos e nas malas, mas insistimos que apesar de estar ao ar livre e ser uma zona de praia, é uma zona de circulação e por isso devem usar máscara”, disse à Lusa Carla Araújo, membro da SRCOM.
Teresa Oliveira, de Viseu, estava a passear com o marido no paredão sem qualquer equipamento de proteção individual, quando foi surpreendida pelos voluntários e médicos da SRCOM.
“No paredão vemos uma quantidade grande de pessoas que circulam em sentidos contrários e se eu estiver infetada e passar por si posso contagiá-la”, explicou Carla Araújo, enquanto uma voluntária oferecia a cada um deles uma máscara social para colocarem.
“Deixámos a máscara no carro, porque como andamos ao ar livre, não dei muita importância, mas já percebemos que convém usar”, disse Teresa Oliveira.
Ao seu lado, o marido, Carlos Pinheiro, admitia que “há sempre a tendência para facilitar, principalmente em espaços abertos”.
Já Paulo Dinis, que veio de Belmonte com a mulher para passar férias na praia da Barra, disse que não sabia que o uso de máscara era obrigatório nos passadiços.
“Como estou mais próximo só da minha esposa, achei que não seria necessário usar a máscara, porque não estamos todos em monte. Mas claro, quando há mais aproximação colocamos as máscaras”, contou.
Defendeu ainda que este tipo de ações "é bom", porque “com o tempo, vamos descurando um pouco as medidas”.
Outra das situações que deixaram preocupados os médicos da SRCOM foi um vendedor de bolas de berlim na praia, que estava a utilizar somente uma viseira.
“A viseira sem uma máscara tem menos utilidade, porque se aquele senhor tossir, as gotículas vão se propagar no sentido vertical, em cima das bolas de berlim ou em cima dos próprios clientes que estão sentados no areal”, disse Carla Araújo.
A médica da equipa coordenadora da campanha #RespeitoPelaVida realçou ainda que este vendedor, que disse lidar com cerca de 700 clientes por dia, não tinha sequer um gel desinfetante.
“Não há medidas de higienização de mãos, nem de proteção de boca e nariz e, por isso, percebemos que se ele estiver infetado, podemos ter aqui um surto”, sublinhou Carla Araújo.
Já no que diz respeito ao areal, a médica considera que as regras emanadas pela Direção-Geral de Saúde (DGS) estão a ser respeitadas, com “as famílias e os aglomerados separados pelo menos três metros”.
“Se eu respeitar as medidas, estou a respeitar a minha vida e estou a respeitar a vida do próximo, porque qualquer um de nós pode ficar contagiado. O vírus ainda não desapareceu, porque nem temos vacina, nem temos uma cura”, lembrou Carla Araújo.
A campanha levada a cabo pela SRCOM inclui ações de divulgação, através de diferentes plataformas e meios de comunicação social, e de sensibilização junto dos cidadãos, com apoio de voluntários.
A higiene das mãos, o uso de máscara em lugares públicos e enquanto se circula nas praias, evitar tocar com as mãos na boca, nariz e olhos e a distância social mínima de dois metros são algumas das medidas recomendadas, cumprindo as orientações da DGS.
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