O número de óbitos aumentou 180 nas últimas 24 horas, contra 209 no domingo e 260 no sábado, enquanto que o número de pessoas infetadas aumentou 2.107 relativamente ao valor divulgado no domingo, segundo a mesma fonte.
Estes dados parecem mostrar o que um cientista que tem aconselhado o governo britânico na estratégia de combate à doença sugeriu hoje, ao afirmar que a pandemia COVID-19 pode já estar a desacelerar no Reino Unido.
"No Reino Unido, podemos ver alguns sinais precoces de desaceleração em alguns indicadores. Menos pelo número de mortes, que tem um desfasamento relativamente a quando as medidas entraram em vigor", afirmou esta manhã o epidemiologia Neil Ferguson, da universidade Imperial College London, à BBC Radio 4.
"Mas se olharmos para o número de internamentos hospitalares novos, isso parece estar a diminuir um pouco agora. Ainda não chegou ao pico [da curva], os números ainda podem aumentar a cada dia, mas a taxa desse aumento diminuiu.”
O académico acredita que a desaceleração da disseminação do vírus SARS-CoV-2 foi o resultado das medidas de distanciamento social adotadas pelo governo britânico na semana passada, e indicou que existem sinais de semelhanças noutros países, sem indicar quais.
O regime de confinamento começou no Reino Unido há uma semana, tendo o primeiro-ministro, Boris Johnson, prometido na altura que as condições seriam revistas após três semanas.
Porém, no domingo, a sub-diretora-geral de saúde, Jenny Harries, admitiu que a normalidade poderá só ser restabelecida dentro de seis meses, e não de forma imediata.
“Nós antecipamos que os nossos números piorem na próxima semana, possivelmente duas, e depois temos de ver se conseguimos espalmar a curva e se começamos a ver o declínio”, disse, numa conferência de imprensa.
Numa carta dirigida aos britânicos, Boris Johnson, que há uma semana se mostrou confiante em que seria possível reverter a situação em 12 semanas, reconheceu que poderão ser necessárias medidas mais duras.
"Não hesitaremos em ir mais longe (nas medidas de contenção) se o parecer médico e científico o indicar. Sabemos que as coisas vão piorar antes que começarem a melhorar", advertiu Johnson.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 727 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 35 mil.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu, com mais de 396 mil infetados e perto de 25 mil mortos, é aquele onde se regista atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 10.779 mortos em 97.689 casos confirmados até domingo.
A Espanha é o segundo país com maior número de mortes, registando 7.340, entre 85.195 casos de infeção confirmados até hoje, enquanto os Estados Unidos são o que tem maior número de infetados (143.055).
Os países mais afetados a seguir a Itália, Espanha e China são o Irão, com 2.757 mortes reportadas até hoje (41.495 casos), a França, com 2.606 mortes (40.174 casos) e os Estados Unidos com 2.514 mortes (143.055 casos).
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 140 mortes, mais 21 do que na véspera (+17,6%), e 6.408 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 446 em relação a domingo (+7,5%).
Dos infetados, 571 estão internados, 164 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 43 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.
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