João Gouveia, que esteve presente na conferência diária sobre a pandemia de COVID-19 em Portugal, garantiu, no entanto, que existem condições para formar outros profissionais, se for necessário, para assegurar o tratamento dos doentes que necessitem de ventilação invasiva.
“Podemos não ter, em número individual, médicos suficientes para poder tratar todos os doentes, mas está a ser pensada toda uma estrutura que permite o tratamento adequado desses doentes através do trabalho de outros profissionais, sob responsabilidade dos intensivistas”, explicou.
Segundo o presidente da comissão de acompanhamento, em Portugal existem mais de 260 médicos especialistas em medicina intensiva e, nos últimos dias, o país já recebeu 144 ventiladores novos.
“Podemos chegar a um ponto em que não temos recursos humanos suficientes para os recursos materiais que estamos neste momento a instalar”, admitiu João Gouveia, acrescentando que, à partida, já existe uma carência de medicina intensiva em Portugal.
O novo coronavírus, SARS-CoV-2, já infetou mais de 1,4 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 82 mil. Dos casos de infeção, cerca de 260 mil são considerados curados.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 380 mortes, mais 35 do que na véspera (+10,1%), e 13.141 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 699 em relação a terça-feira (+5,6%).
Dos infetados, 1.211 estão internados, 245 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 196 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.
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