"Apesar de a doença ser democrática e chegar a todos, chega mais a quem vive em condições económicas com mais precariedade e que não tem condições de habitação", sendo por isso "difícil cumprir as normas da DGS [Direção Geral da Saúde] no que diz respeito à higienização, à distância que seja necessária manter, mesmo dentro das nossas casas", considerou Mariana Silva, do PEV, no final da reunião com epidemiologistas no Infarmed, em Lisboa.
O partido argumentou que os recentes surtos identificados no país podem estar "a revelar as condições em que algumas pessoas em Portugal vivem", considerando necessário "criar condições para todos".
"Não vamos ficar todos bem, uns vão ficar piores do que outros, como estamos a verificar", frisou a deputada, que prosseguiu enumerando as prioridades do PEV na fase "pós-covid".
Os "Verdes" insistiram no aumento da oferta nos transportes públicos (para que todos possam circular "de forma segura até aos seus empregos"), no combate à pobreza ("para que todos tenham acesso a empregos com salários dignos e habitação digna") e no reforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS), principalmente na rede de cuidados primários.
Mariana Silva concluiu afirmando que, apesar das dificuldades, o desconfinamento está a ser feito de forma "suave" e está a trazer algum "conforto" aos portugueses.
Portugal contabiliza 1.369 mortos associados à COVID-19 em 31.596 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia divulgado hoje.
O país entrou no dia 03 de maio em situação de calamidade devido à pandemia, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de COVID-19 já provocou mais de 355 mil mortos e infetou mais de 5,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
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