Em carta dirigida ao primeiro-ministro, à ministra da Saúde e à diretora-geral da Saúde (DGS), a que a Lusa teve hoje acesso, a Associação de Médicos de Origem Luso-Venezuelana (ASOMELUVE) responde “presente” ao repto lançado pelas autoridades de saúde, que pediu a todos os médicos, incluindo os reformados, que ajudem a combater a pandemia de COVID-19.

“Estamos disponíveis para ajudar o Ministério da Saúde, a DGS e o Governo português a ultrapassar esta situação difícil que assola Portugal”, escrevem os médicos luso-venezuelanos, realçando que, para tal, basta que as suas habilitações sejam reconhecidas pelo sistema português.

“Pese embora a nossa vontade de fazer mais, e colocar a nossa formação e conhecimentos adquiridos na Venezuela ao serviço do nosso país, estamos legalmente impedidos de o fazer. Isto porque temos tido problemas burocráticos, com o reconhecimento das nossas habilitações”, alertam.

Segundo contabilizam, além dos 21 médicos referidos na carta, há mais uma centena de profissionais de “diversas especialidades”, formados na Venezuela, que se viram obrigados a realizar outros trabalhos em Portugal, por não poderem exercer.

“Somos recursos humanos válidos, formados e preparados, que aqui estamos dispostos a apoiar Portugal neste momento delicado”, afirmam.

A Europa é agora o novo epicentro da epidemia, primeiro detetada na China, em dezembro.

O novo coronavírus já provocou mais de 6.400 mortos em todo o mundo.

O número de infetados ronda os 164 mil, com registo de casos em pelo menos 141 países e territórios, incluindo Portugal, onde há 245 casos de infeção confirmados, mais 76 do que os registados no sábado.