Num conjunto de perguntas dirigidas à Ministra da Saúde, Marta Temido, a deputada sublinha que “as pessoas mais vulneráveis são aquelas que se encontram nas posições mais baixas do que é entendido como pirâmide social”, lembrando que estas pessoas frequentam os transportes públicos e “têm profissões que muitas vezes não lhes permitem fazer quarentena, e serão, por isso mesmo, também as mais frágeis em casos de pandemia”.
Joacine Katar Moreira quer saber quais as medidas a adotar para “evitar a sobrelotação dos transportes coletivos de passageiros” e se o governo pretende “implementar a disponibilização gratuita de desinfetantes em todos os transportes coletivos e em todas as localidades como medida de prevenção e higiene”.
A deputada pretende igualmente saber se “o Governo tem em conta a multiplicidade de vulnerabilidades a que estão sujeitas as famílias mais carenciadas numa situação de pandemia viral” ou se “considera suficientes as medidas a ser tomadas para apoio financeiro e logístico imediato a famílias carenciadas”.
“Que medidas estão a ser tomadas para incluir a população imigrante e os refugiados através da linha de saúde que possa atender nas diversas línguas e assim aconselhar e acompanhar estes segmentos da população, bem como permitir-lhes acesso ao SNS”, continua a deputada, na mesma nota.
Joacine Katar Moreira pede ainda a Marta Temido que divulgue quais as medidas que estão a ser tomadas para a proteção da população sem-abrigo face ao novo surto ou para proteger pessoas “em situação de despejo”.
A parlamentar argumenta que a “propagação do vírus não está desligada das dinâmicas sociais e económicas do sistema capitalista”.
“As medidas do Governo parecem-me sensatas e cautelosas, mas não confortam necessariamente, em particular se pensarmos que elas se destinam a uma massa homogénea de cidadãos, quando é sabido que a propagação do vírus não está desligada das dinâmicas sociais e económicas do sistema capitalista”, considerou a deputada.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde comunicou hoje que o número de pessoas infetadas subiu para 112.
O surto de COVID-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 5.000 mortos em todo o mundo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou pandemia na quarta-feira. O número de infetados ultrapassou as 135 mil pessoas, com casos registados em cerca de 120 países e territórios.
Portugal ordenou o encerramento de todas as escolas a partir de segunda-feira, bem como outras medidas. Esta semana já tinha sido anunciado a suspensão de todos os voos de e para Itália.
A DGS fez na quinta-feira novas recomendações à população.
Face ao avanço da pandemia, vários países têm adotado medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena inicialmente decretado pela China na zona do surto. Vários países na Europa, como Itália, Noruega, Irlanda, Dinamarca, Lituânia, França e Alemanha, encerram total ou parcialmente escolas, universidades, jardins-de-infância e outras instituições de ensino.
Nos últimos dias, Itália tornou-se o caso mais grave de epidemia fora da China e o Governo em Roma decidiu na segunda-feira alargar a quarentena, imposta inicialmente no norte do país, a todo o território italiano.
Na quarta-feira, as autoridades italianas voltaram a decretar medidas de contenção adicionais e ordenaram o encerramento de todos os estabelecimentos comerciais à exceção dos de primeira necessidade, como supermercados ou farmácias.
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