Em declarações aos jornalistas à margem da assinatura de uma adenda ao protocolo de cooperação entre a Direção de Saúde do Exército e a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), que prevê um aumento de 60 camas disponíveis no Centro de Apoio Militar covid-19, Lacerda Sales disse que o processo negocial com os privados “está em curso” e “com certeza será levado a bom porto”.

“Terá de haver boas decisões, boas soluções e não me quero antecipar a essas soluções. O que não podemos é perder o foco naquilo que é importante e o importante é tratar doentes e salvar vidas”, afirmou.

As declarações de António Lacerda Sales surgem um dia depois de os hospitais privados terem dito que não recusaram colaborar com o Serviço Nacional de Saúde no âmbito do combate à pandemia, insistindo que se mantêm disponíveis e a aguardar uma proposta concreta do Ministério da Saúde, para se poderem reorganizar.

Numa resposta enviada à Lusa, a Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP), que na quarta-feira se reuniu com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), disse que “em momento algum os hospitais privados recusaram colaboração” e que ficou decidido que a ARSLVT os informaria do plano que teria, para analisarem ”em que termos os hospitais privados deveriam intervir”.

“Os hospitais privados estão a desenvolver a sua atividade com normalidade e, se for necessário afetar recursos de outra forma, por conveniência e necessidade do sistema de saúde, terá então de se reorganizar as estruturas de acordo com o plano que estiver definido”, afirma a associação.

Dizem ainda que a disponibilidade existe, “mas a sua efetivação depende de uma proposta concreta por parte do Ministério da Saúde”.

Lacerda Sales sublinhou hoje que o Governo conta “com todos os parceiros”, sejam eles privados ou do setor social, e que são as administrações regionais de saúde que estão a fazer a negociação com os privados.

“Vamos aguardar com tranquilidade e serenidade (…). O país é heterogéneo e os próprios privados já estão a receber doentes, como por exemplo a Universidade Fernando Pessoa, no Norte, o hospital Trofa”, afirmou, explicando que, a este nível, são as administrações regionais de saúde que tratam dos processo negociais com os diferentes setores.

“A breve e curto prazo essas negociações serão concluídas”, concluiu.