“Relativamente ao aumento do número de casos, é obvio que nos últimos três dias se verificou. É precoce conseguir explicar tudo, mas há de facto um clima, diria, favorável a que isso possa acontecer”, disse Graça Freitas durante a habitual conferência de imprensa sobre a situação epidemiológica em Portugal.

Nos últimos dias, Portugal tem vindo a registar um número crescente de novos casos diários de infeção pelo novo coronavírus, contabilizando-se 401 novos casos confirmados nas últimas 24 horas.

Questionada sobre este aumento, a diretora-geral da Saúde reconheceu que as medidas de desconfinamento e, em particular, a reabertura das fronteiras, poderão criar um contexto que potencie a infeção.

“Nós estamos a tentar o equilíbrio entre medidas de segurança e de saúde pública, mas também medidas de retoma da vida normal das pessoas”, afirmou, explicando que, por isso, há uma maior movimentação e contacto entre pessoas, incluindo entre pessoas de diferentes países, onde a situação epidemiológica também tem piorado.

Graça Freitas assegurou, no entanto, que o aumento do número de casos confirmados não tem sido exponencial e que, por outro lado, está a ser atentamente acompanhado pelas autoridades de saúde, partindo do pressuposto que haverá sempre flutuações.

“Não temos uma vacina, não temos um medicamento, não vamos conseguir ter casos zero, vamos ter aumentos e reduções conforme for a dinâmica da doença no mundo em geral, e na europa em particular. Portanto temos é de manter a situação controlada para o tal equilíbrio”, sublinhou.

Portugal registou mais seis mortes associadas à COVID-19 e 401 novos casos confirmados de infeção nas últimas 24 horas, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) hoje divulgado.

De acordo com os dados da DGS, desde o início da pandemia até hoje, registaram-se 57.074 casos de infeção e 1.815 mortes.