A pessoa infetada voltou recentemente de uma viagem ao Brasil e exames laboratoriais confirmaram que tinha sido infetada com a nova estirpe, disse o ministro regional de Assuntos Sociais, Kai Klose, aos jornalistas.
A mutação do novo coronavírus detetada recentemente no Japão e originária da Amazónia brasileira pode ser tão contagiosa quanto as do Reino Unido ou da África do Sul, avaliou Felipe Naveca, investigador da variante do vírus no Brasil.
Para este especialista do Instituto Leônidas e Maria Deane, que realiza pesquisas em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), é provável que esta nova mutação, que a Organização Mundial de Saúde (OMS) qualificou de "muito preocupante", já se tenha espalhado em outras regiões brasileiras.
A mutação surgiu na Amazónia, onde o número de internamentos por conta do vírus explodiu nas últimas semanas, principalmente em Manaus, capital do estado brasileiro do Amazonas.
"Comparamos as amostras e vimos que as que foram coletadas na Amazónia eram ancestrais daquelas que foram vistas no Japão, mas estas haviam sofrido muitas mais mutações. Estamos em processo de conclusão do sequenciamento para confirmar que essas mutações detetadas no Japão estavam realmente presentes antes na Amazónia, mas é muito provável”, disse o investigador, citado pela agência France-Presse.
“Estamos investigando se essa variante é predominante no estado do Amazonas. A análise das amostras de novembro mostra que estaria presente em 50% dos casos da COVID-19 neste estado. Quando terminarmos o sequenciamento em dezembro, essa proporção deve aumentar”, acrescentou.
Felipe Naveca lembrou que não é certo ainda, mas é muito possível, que a mutação brasileira seja tão contagiosa quanto as registadas no Reino Unido e na África do Sul porque “observamos muitas mutações na proteína Spike [usada pelo SARS-CoV-2 para penetrar nas células], que já foi associada a esse maior potencial de transmissão do vírus”.
A pandemia de COVID-19 provocou, pelo menos, 2.092.736 mortos resultantes de mais de 97,4 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Portugal registou hoje o maior número de mortes (234) desde o início da pandemia, e 13.987 casos de infeção com o novo coronavírus, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).
Já morreram em Portugal 9.920 pessoas dos 609.136 casos de infeção confirmados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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