- Prática
A vacina AstraZeneca/Oxford tem a vantagem de ser mais acessível economicamente (custa 2,50 libras a dose, cerca de 2,77 euros).
O fármaco pode ser conservado na temperatura de um frigorífico, entre dois e oito graus centígrados, ao contrário das vacinas da Moderna e Pfizer/BioNTech, que no longo prazo podem ser armazenadas apenas a temperaturas muito reduzidas (-20°C no primeiro caso e -70°C no segundo).
Isto facilita uma vacinação em larga escala.
- Eficaz
O diretor-executivo da AstraZeneca, Pascal Soriot, afirmou que a vacina é capaz de combater a nova variante do coronavírus, responsável por um novo surto de casos no Reino Unido.
"No momento, consideramos que deve ser eficaz contra a mutação", declarou Soriot ao jornal Sunday Times. "Mas não podemos ter certeza, então faremos testes", completou.
Também afirmou que serão preparadas novas versões, em caso de necessidade.
- Produto britânico
A vacina foi elaborada pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford. Esta é a segunda vacina aprovada pela MHRA, após a da Pfizer/BioNTech, aplicada no Reino Unido desde 8 de dezembro em mais de 600.000 pessoas.
Reino Unido, um dos países da Europa mais afetados pela pandemia com mais de 71.000 mortes, encomendou 100 milhões de doses da vacina AstraZeneca/Oxford, e 40 milhões estarão disponíveis até o fim de março. A vacinação deve começar em 4 de janeiro.
A AstraZeneca afirma que será capaz de produzir três mil milhões de doses da sua vacina para todo mundo em 2021.
- Chimpanzés
A vacina Oxford/AstraZeneca é de "vetor viral": toma como base outro vírus (um adenovírus de chimpanzé) que foi transformado e adaptado para combater o coronavírus.
É a primeira vacina que teve os resultados de eficácia validados por uma revista científica. De acordo com os dados publicados pela The Lancet em 8 de dezembro, o fármaco "é seguro e eficaz".
Dos 23.754 voluntários que participaram dos testes, apenas um paciente vacinado sofreu um "efeito indesejável grave que provavelmente está relacionado" com a injeção, de acordo com os dados publicados pela revista.
O caso foi de mielite transversa (um transtorno neurológico raro), o que motivou a suspensão temporária dos testes em setembro.
- Erro
Nos resultados parciais dos testes clínicos, o laboratório britânico anunciou em novembro que a vacina tinha média de eficácia de 70%, enquanto as da Pfizer/BioNTech e Moderna superam 90%.
A eficácia da vacina AstraZeneca/Oxford alcança 90% para os voluntários que inicialmente receberam meia dose e um mês mais tarde uma dose completa, mas apenas de 62% para outro grupo que foi vacinado com duas doses completas administradas com um mês de intervalo.
A injeção de meia dose aconteceu por erro e apenas um pequeno grupo seguiu este protocolo, o que gerou críticas e preocupação. Isto levou a empresa a anunciar em 26 de novembro um "estudo adicional" para verificar os resultados.
"Acreditamos que encontramos a fórmula vencedora e como obter uma eficácia que, com duas doses, está à altura das demais", disse Soriot ao Sunday Times.
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